domingo, 24 de setembro de 2017


Triplo-X Brasileiro

 

Há isso aí de triple-X (triplo “exis”), nem sei o que é, aproveito aqui para falar de algo estar bem distinto do que imagino ser.

TRIPLO PAGAMENTO (pago três vezes, como muitos brasileiros, pela doença nossa de cada dia – sem falar nos remédios, caríssimos e ineficazes, embora haja outros, ainda mais caros, que funcionam para os ricos)

PAGAMENTO.
INVESTIGAÇÃO.
SUS, Sistema Único de Saúde (este, todos nós pagamos, está embutido nos tributos – menos os empresários e ricos, que jogam tudo no “perdas e lucros”).
 
UNIMED (é participativo, não-integral, é particular, pago à parte, no meu caso minha filha e eu, R$ 1.400, 1/6 para ela, 5/6 para mim).
 
Consultas particulares, a 200 ou 300 cada.
 

Depois de seis anos com dores na barriga, fui a médica hepatologista “particular”, consulta de 200 reais, ela falou comigo por uma hora e explicou as coisas, disse que iria dar remédio depois das vacinas de hepatite B e exame de fezes para identificar mesmo se há esquistossomose – que o fígado está parcialmente comprometido com cirrose, mas os vermes podem ser expelidos, enquanto a gastrologista disse que era doença incurável. Seis anos! Mais de dois mil dias de dores diurnas e noturnas, algumas atrozes.

Escrevo para o futuro, para vocês saberem que a luta foi penosa e se estiver melhor por aí no tempo adiante, saibam que foi difícil derrotar a miséria do ser, do ser brasileiro, tantos oportunistas há aqui e agora, agoraqui, nesta quadra espaçotemporal.

Precisamos pagar tudo três vezes.

Inclusive máquinas e programas que não funcionam, embora os preços daqui sejam muito mais caros (“adaptados às condições brasileiras” de exploração) que “lá fora”.

Vitória, domingo, 24 de setembro de 2017.

GAVA.

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