O Discípulo Mais
Genial de Pitágoras
No livro citado,
Strathern diz repetidamente que talvez não tenha sido Pitágoras a descobrir o
teorema que leva seu nome. Há chance, claro, como em tudo, como há de um
meteorito descer suavemente e pousar no topo da Torre Eiffel. Haver há, contudo,
não é provável.
Isso dos discípulos
ou alunos serem os verdadeiros autores vem dos amargurados mestrandos, doutorandos
e pós-doutorandos atuais que são obrigados pelos doutores, pós-doutores ou
pesquisadores de campo a trabalhar para eles, que colocam apenas seus nomes
como autores, ou como principais idealizadores, dizendo dos verdadeiros autores
somente “et alli”, que acompanham. Ou simplesmente roubam a idéia e colocam
seus nomes. Isso acontece com os mestres menores, que necessitam defraudar, não
com os mestres maiores, os grandes mestres que são reconhecidamente em seu
tempo as origens das coisas.
É possível, mas não
é provável.
RAZÕES
PARA NÃO SER ASSIM
1. Foi Pitágoras que viajou por toda
parte;
2. Se tivesse sido qualquer discípulo
teria havido gritaria geral, um escândalo que teria vazado através da história;
3. Enquanto (como mostrei) há linhas
ligando Pitágoras a seu mestre Anaximandro para duas propostas (metempsicose e números),
não há nenhuma ligando Pitágoras a um seu aluno;
4. Se tivesse havido tal aluno genial ele
teria deixado mais coisas e provavelmente teria levado um subgrupo para formar
uma nova escola (não há rastros disso);
5. Outras direções-sentido que você
pensará.
É mais fácil pensar o mais simples:
que foi Pitágoras mesmo.
O mais genial aluno de Pitágoras foi
ele mesmo, que depois apenas 50 anos de começada a Filosofia foi autodidaticamente
capaz de estabelecer suas bases, fazendo o mesmo com a matemática que vinha
engatinhando empiricamente com os mesopotâmicos e com os egípcios por três
milênios.
Há uma tendência dos pequenos de
tentar diminuir os grandes.
A fama foi para Pitágoras, e deve ter
sido ele mesmo. Ninguém diz que foi um discípulo de Einstein ou de Bohr ou de Rutherford.
Por quê? Porque está tão perto que há prova de que foram eles mesmos. Se passar
tempo suficiente daqui a dois milênios dirão que foram seus alunos e não eles.
Vitória, sábado, 30 de abril de 2005.
ET ALLI (acompanha um exemplo)
NOTAS/NOTES
RECITEC, Recife, v.2, n.3, p.164-176, 1998
QUALIDADE NO
EMPREGO E INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS: O CASO BRASILEIRO
Cézar Augusto
Miranda Guedes
Professor adjunto
do Departamento de Ciências Econômicas
Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário