terça-feira, 22 de agosto de 2017


Quintas Compreensões, Quintas Sensibilidades e o Salto das Elites

 

Já vimos que no quinto mundo tudo é de quinta categoria: quintas cidades, quintos indivíduos, quintas sensibilidades, quintas emoções, tudo de quinta mesmo. O Brasil não é um país de quinta, mas é de terceira categoria, então aqui as razões são incompletas e as emoções também: sentimos através dos sentimentos dos outros vendo seus filmes, lendo seus livros, comprando suas coisas – NÓS SOMOS POR PROCURAÇÃO, somos cidadãos de terceira categoria em relação ao centro, o primeiro mundo. Claro que aqui há seções avançadas, que competiriam de igual para igual com o primeiro mundo, porém enquanto aqui é resíduo lá é maciço.

Ora, a Coréia do Sul também era assim até 1953, quando houve a guerra, bem como o Japão antes de 1868 e antes de 1945, quando as duas bombas foram jogadas, e a China até a revolução de 1949 e até 1986, quando adotou o Caminho de Duas Vias. O Vietnam também, até o fim da guerra de 1975. Será que sempre precisaremos de guerras para dar o salto? Acho que não, mas o Brasil, que não teve guerras nem bombas não deu o salto. É apenas coincidência, pois depende das elites. Depende de elas compreenderem que DEVEM ABRIR O FUTURO para a solução de uma quantidade muito maior de problemas e de qualidade superior, em favor de um povo muito maior a que atender. Enquanto não fizerem isso viverão sempre DEPOIS dos outros, sempre depois dos primeiros e dos segundos: devem esperar que o primeiro faça, que seja vivido pelo segundo para chegar em terceiro e olhe lá!

Que é preciso para dar o salto?

É preciso aspirar às primeiras-universidades, às primeiras-arquiteturas, aos primeiros-teatros, à produção de alto nível pelas primeiras-profissões, aos primeiros-amores, aos primeiros-cuidados e a tudo que é primeiro, com o compromisso equivalente de resolver problemas, isto é, com coragem de enfrentar os PRIMEIROS-PROBLEMAS, problemas de nível equivalente ao do primeiro mundo.

É preciso ter essa sensibilidade, o que significa que um, ou alguns, ou muitos devem QUERER DAR O SALTO, devem munir-se de coragem e avançar.

Vitória, terça-feira, 28 de dezembro de 2004.

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