Quintas Compreensões,
Quintas Sensibilidades e o Salto das Elites
Já vimos que no quinto mundo tudo é de
quinta categoria: quintas cidades, quintos indivíduos, quintas sensibilidades,
quintas emoções, tudo de quinta mesmo. O Brasil não é um país de quinta, mas é
de terceira categoria, então aqui as razões são incompletas e as emoções
também: sentimos através dos sentimentos dos outros vendo seus filmes, lendo
seus livros, comprando suas coisas – NÓS SOMOS POR PROCURAÇÃO, somos cidadãos
de terceira categoria em relação ao centro, o primeiro mundo. Claro que aqui há
seções avançadas, que competiriam de igual para igual com o primeiro mundo, porém
enquanto aqui é resíduo lá é maciço.
Ora, a Coréia do Sul também era assim
até 1953, quando houve a guerra, bem como o Japão antes de 1868 e antes de
1945, quando as duas bombas foram jogadas, e a China até a revolução de 1949 e
até 1986, quando adotou o Caminho de Duas Vias. O Vietnam também, até o fim da
guerra de 1975. Será que sempre precisaremos de guerras para dar o salto? Acho
que não, mas o Brasil, que não teve guerras nem bombas não deu o salto. É
apenas coincidência, pois depende das elites. Depende de elas compreenderem que
DEVEM ABRIR O FUTURO para a solução de uma quantidade muito maior de problemas
e de qualidade superior, em favor de um povo muito maior a que atender.
Enquanto não fizerem isso viverão sempre DEPOIS dos outros, sempre depois dos
primeiros e dos segundos: devem esperar que o primeiro faça, que seja vivido
pelo segundo para chegar em terceiro e olhe lá!
Que é preciso para dar o salto?
É preciso aspirar às
primeiras-universidades, às primeiras-arquiteturas, aos primeiros-teatros, à
produção de alto nível pelas primeiras-profissões, aos primeiros-amores, aos
primeiros-cuidados e a tudo que é primeiro, com o compromisso equivalente de
resolver problemas, isto é, com coragem de enfrentar os PRIMEIROS-PROBLEMAS,
problemas de nível equivalente ao do primeiro mundo.
É preciso ter essa sensibilidade, o
que significa que um, ou alguns, ou muitos devem QUERER DAR O SALTO, devem
munir-se de coragem e avançar.
Vitória, terça-feira, 28 de dezembro
de 2004.
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