segunda-feira, 21 de agosto de 2017


Diferença Entre o Otimista e o Pessimista

 

                            Pense na piada clássica em que dois pulam do 10º andar, só que agora são o Otimista e o Pessimista. É claro que o Pessimista começa a morrer no primeiro instante, enquanto o Otimista só morre quando bate no chão – quer dizer, por princípio o Otimista tem mais tempo de vida e goza mais, nesta versão.

                            Como no modelo a soma é zero e não favorece nenhum lado nem ajuda a dar lição de moral ao outro, vejamos que se o os dois estão num castelo o Otimista jamais imaginará que será atacado, e com se distrairá de suas tarefas de proteção, não colocando guarda de prontidão nos muros; um general assim, embora possa viver na farra, o que é bom para ele, será um desastre coletivo. O Pessimista preparará as tropas para o pior e tenderá a viver mais. Mas se nunca se divertir, para que servirá sua vida de escravo?

                            É soma zero mesmo, tanto assim que ambos estão vivos, ambos têm valor de sobrevivência, ambos viram o futuro, o que só se consegue deixando descendência.

                            Enfim, se você estiver no meio da família dos Otimistas ser Otimista é ótimo, enquanto ser Pessimista é péssimo; e o contrário também vale. Ou você poderia estar na média, andando com os dois pés, ser Otimista casado com uma Pessimista (como tentaram fazer Romeu e Julieta, projetando casar as duas famílias) ou ser uma Otimista casada com um Pessimista, tendo filhos com os dois pés no chão sempre, tendo filhos que tenham ambos os olhos.

                            Porque, veja, na mesma imagem acima o Otimista esperará até o último momento um milagre, enquanto o Pessimista fará de tudo para tentar se salvar agarrando-se em qualquer parapeito, sem esperar ajuda de ninguém. Acho que precisamos de equilíbrio, pois cada um dos dois lados, isoladamente não tem senão nos causado problemas agudos com sua superpredileção, a superafirmação dos seus prazeres isolados. Precisamos mesmo andar com os dois pés em tudo: ao encarar a vida, ao avaliar esquerda e direita para votar (isso não quer dizer ser centro insosso), ao apreciar os alimentos. Deveríamos ter uma escola que nos livrasse da armadilha de ouvir conselhos de um só e na qual as aulas de um fossem secundadas pelas aulas do outro, pois a unilateralidade não presta.

                            Vitória, sexta-feira, 31 de dezembro de 2004.

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