Diferença Entre o
Otimista e o Pessimista
Pense na piada
clássica em que dois pulam do 10º andar, só que agora são o Otimista e o
Pessimista. É claro que o Pessimista começa a morrer no primeiro instante,
enquanto o Otimista só morre quando bate no chão – quer dizer, por princípio o
Otimista tem mais tempo de vida e goza mais, nesta versão.
Como no modelo a
soma é zero e não favorece nenhum lado nem ajuda a dar lição de moral ao outro,
vejamos que se o os dois estão num castelo o Otimista jamais imaginará que será
atacado, e com se distrairá de suas tarefas de proteção, não colocando guarda
de prontidão nos muros; um general assim, embora possa viver na farra, o que é
bom para ele, será um desastre coletivo. O Pessimista preparará as tropas para
o pior e tenderá a viver mais. Mas se nunca se divertir, para que servirá sua
vida de escravo?
É soma zero mesmo,
tanto assim que ambos estão vivos, ambos têm valor de sobrevivência, ambos
viram o futuro, o que só se consegue deixando descendência.
Enfim, se você
estiver no meio da família dos Otimistas ser Otimista é ótimo, enquanto ser
Pessimista é péssimo; e o contrário também vale. Ou você poderia estar na
média, andando com os dois pés, ser Otimista casado com uma Pessimista (como
tentaram fazer Romeu e Julieta, projetando casar as duas famílias) ou ser uma
Otimista casada com um Pessimista, tendo filhos com os dois pés no chão sempre,
tendo filhos que tenham ambos os olhos.
Porque, veja, na
mesma imagem acima o Otimista esperará até o último momento um milagre,
enquanto o Pessimista fará de tudo para tentar se salvar agarrando-se em
qualquer parapeito, sem esperar ajuda de ninguém. Acho que precisamos de
equilíbrio, pois cada um dos dois lados, isoladamente não tem senão nos causado
problemas agudos com sua superpredileção, a superafirmação dos seus prazeres
isolados. Precisamos mesmo andar com os dois pés em tudo: ao encarar a vida, ao
avaliar esquerda e direita para votar (isso não quer dizer ser centro insosso),
ao apreciar os alimentos. Deveríamos ter uma escola que nos livrasse da
armadilha de ouvir conselhos de um só e na qual as aulas de um fossem
secundadas pelas aulas do outro, pois a unilateralidade não presta.
Vitória,
sexta-feira, 31 de dezembro de 2004.
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