Diagrama do Posto Fiscal e a Estrutura
da Conferência de Cargas
O posto fiscal é o
instrumento por excelência da fiscalização do ICMS e estou neles há muito
tempo; como o tributo em geral (no Brasil 58 tipos distintos) é compromisso
extrativo da burguesia - representada pelo escritório denominado governo –
sobre as posses populares, não se deseja tocar nele, sob pena de tornar o
Estado interessado no povo, o que para as elites atrasadas seria o fim da
picada, um perigo inaudito.
Assim, a vigilância
se dá quase exclusivamente sobre os documentos apresentados, com uns poucos
colegas fazendo o esforço da conferência isolada e não-sistemática de cargas.
Ora, se não há afunilamento na passagem dos documentos eles podem dar qualquer
notícia, isto é, fazer passar (com conivência ou não do Fisco ali presente)
créditos variados para as empresas, daqui para fora, e dos outros estados para
o Espírito Santo.
UMA
PROPOSTA DE VIGILÂNCIA
(deveria ser muito mais completa, terminal, para implantação do posto dos dois
lados da estrada, como venho dizendo há tempos). Para se ter uma idéia, passam
lá muitas cargas roubadas ou caminhões roubados, sem que nem uma vez tenhamos
detido alguma ou algum.
1. Não-transportadoras iriam para um
caminho (com conferência total, pois as cargas não são fracionadas):
§
De
combustível;
§
Outros:
a) De frutas e verduras;
b) De mármore (é preciso pesar e
medir);
c) Para exportação;
d) Contêineres e produtos de trânsito
federal;
2. Transportadoras com controle aleatório
1/10 (uma em cada dez):
§
As
que estão quase sempre erradas;
§
As
certinhas ou de transporte especial para empresas grandes.
|
Não há sistema na SEFAZ/ES (Secretaria
de Estado da Fazenda do Espírito Santo) que dê conta de vigilância tendente ao
perfeito. Assim, os fiscais de livros não dispõem de mapas bons, mesmo com
aquela iniciativa da itemizadora fiscal (que passou como ECF, Emissora de Cupom
Fiscal) destinada na origem a produzir notícias pontuais (com milhares de
pontos cuja correlação estatística permitiria perceber perfeitamente o cenário
da sonegação e da corrupção).
Ora, SE NÃO HÁ PROPOSTA PARA UMA NOVA
CONFERÊNCIA DE CARGAS como é que há proposta para um novo posto? Evidentemente
construirão um PF insuficiente, incompetente, porque não baseado na lógica mais
pura e sim em emoções e outras urgências deficientes.
Ademais, não há notícia de quartos
isolados, suítes, quartos com banheiro privativo, embora tudo pequeno, para
isolar o fiscal dos barulhos quando ele não esteja trabalhando. Nem há de
cabines separando cada um para o melhor trabalho, nem de separação em relação
aos motoristas, que nos agridem e nos provocam, visando evidentemente um
trabalho ruim. Nem em relação ao pessoal de retaguarda, visando a total
dedicação dos fiscais. Porisso penso que o projeto do posto é inerentemente
incompleto. E não foi discutido com os colegas de campo que lá (e noutros
postos) militam, porisso não foi sentida a presença nem colhidas as sugestões dos
agentes de campo, persistindo no projeto apenas a lembrança fraca dos colegas
que ficam na retaguarda.
Então, será deficiente, embora novo e
brilhante nas tintas.
Vitória, quinta-feira, 13 de janeiro
de 2005.
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