A Ditadura dos Bons
Na época do
desastroso governo-Executivo de José Ignácio Ferreira no Espírito Santo me
processaram várias vezes, tudo tendo começado no também calamitoso governo de
Vitor Buaiz em 1997 ainda. Numa das vezes em que fui lá ao GEPAD (Grupo
Especial de Processos Administrativos, da SEARP, Secretaria de Recursos Humanos
e Pessoal do GEES, Governo do Estado do Espírito Santo) uma das “julgadoras”
processantes disse que o governo havia ordenado que não cuidassem nem dos
processos administrativos dos professores e professoras, nem dos militares, nem
dos policiais civis, somente daqueles dos fiscais, porque JIF queria pegar-nos
de qualquer jeito. Assim, desviaram todas as atenções em geral dispersas de
“justiçamento” dos bons e dos maus e se fixaram somente no Fisco.
Isso me lembra a
questão das ditaduras.
Há na SEFAZ
(Secretaria da Fazenda) Espírito Santo uma quantidade de protestantes e pessoas
“sérias” e “boas” que miram os impuros, os corruptos, e inclusive os que se
opõe aos seus desmandos, como eu mesmo e outros, castigando os dois grupos. Julgando-se
superiores aos outros se põe a persegui-los, porque aparentemente, achando-se “retos”,
sentem-se na qualidade de juízes, como se substituindo a Deus.
Qual é a melhor: a
ditadura dos bons ou ditadura dos ruins?
A ditadura dos
ruins, sendo eles nítida e reconhecidamente ruins, é melhor, porque eles tendem
a contemporizar na aplicação das penas, ao passo que os falsos “puros” querem
imprimir a marca da dureza, como se ela fosse a verdade, só por ser dura;
infligem as piores penas e com a maior crueldade, sem qualquer contemplação. Os
ruins desapertam os nós em volta de nossas gargantas, permitindo que respiremos
um pouco, ao passo que os “bons” os apertam ao máximo, estrangulando-nos. Das duas
ditaduras, é melhor a ditadura dos ruins, porque escrachada, esculachada.
Claro, nenhuma ditadura presta, mas se você tiver de escolher, escolha a dos
ruins, pois nela você será mais feliz. Os bons são daninhos porque se julgam
próximos de Deus, sabendo interpretar suas vontades. Agem como se fossem anjos
puríssimos de Deus. Não são, são tanto mais vagabundos quanto mais maliciosos
ao julgarem os outros. Devo lembrar-lhes as palavras de Jesus: “Não julgueis
para não serdes julgados”.
Vitória, sábado, 22
de janeiro de 2005.
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