segunda-feira, 24 de julho de 2017


Os Graus de Superverbalização

 

                            Veja que εi é o ponto de passagem, como um duplo funil, o primeiro focando no ponto e o segundo abrindo a partir dali; do lado de cá está a segunda natureza psicológica/p.3 e do lado de lá a terceira natureza informacional/p.4. Mas, uma vez tendo vazado para o lado de lá, quantos graus há de superverbalizações? É mais ou menos como os transfinitos de Georg Cantor. Claro que haverá mais superlínguas do que há línguas humanas (oito mil restaram); línguas são uma espécie de contrato de exclusão dos não-parentais lingüísticos: você, só por falar português, dará preferência a quem também o fale, a menos que algum interesse monetário maior se apresente. Línguas são reservas de mercado culturais (porisso mesmo são boas e ruins ao mesmo tempo: facilitam o crescimento igual e dificultam a heterodoxia nacional).

                            DUPLO FUNIL

                                                                       ε

                                 

Quantos GRAUS de superverbalização há? Não quantas superlínguas N.3, da terceira natureza, mas quantas formas de superverbalizar há? Por princípio, tantas quantas são as naturezas depois: 1) a primeira das supernaturezas é N.3, informacional/p.4; 2) a segunda é N.4, cosmológica/p.5; 3) a terceira é a dialógica/p.6; e se depois disso continua havendo não sei, porque para lá estende-se o não-finito, que só o Um freqüenta. Há três graus, dentro de cada um desenvolvendo-se inumeráveis superlínguas: SV1, SV de primeira potência, a superverbalização própria da terceira natureza. Depois, SV2 e finalmente SV3, de terceira potência. Evidentemente cada uma das nossas línguas é SV-1, e nelas é, em relação às de cima, tão pobre o manifestar-se quanto o é para nós o falar dos animais. Não devemos ter receio de pensar assim, porque para nós nossas línguas são muito úteis, porque não temos superpropósitos ou superobjetivos.

Vitória, quarta-feira, 15 de setembro de 2004.

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