Mapas de Nível das
Placas
Com aquela contagem
de um milhão de anos podemos pelo artifício da datação com os fósseis delimitar
com certa precisão as bordas-de-transformação, isto é, as páleo-praias que os
crátons foram desenhando à medida que os subsolos marinhos eram levantados,
formando os arcos de montanhas e os Lobatos, como se poderá ler neste Livro, no
artigo Confeccionando os Mapas Mecânicos
da Terra e dos Mundos e em muitos outros textos. Então, cada milhão de anos
usado como curva de nível delineará um contorno continental que servirá como
limite dos avanços das placas que foram se transformando em continentes. Agora
mesmo isso está acontecendo na América do Sul e em toda parte, mas não podemos
notar, pois nossas cursas vidas, mesmo contadas como metades de século ainda
caberiam 20 mil vezes num único milhão de anos, e desde apenas o G-65 (o grande
meteorito de 65 milhões) aconteceram 65 dessas longas passagens de tempo. Desde
G-65 podemos fazer 65 mapas.
Em um milhão de
anos, na base de 1,5 cm de avanço por ano a placa se move 15 km ou mais: 1) a
placa da América do Sul anda para oeste-sul, sudoeste, esses 15 km; 2) sobe um
tanto na vertical; 3) aumenta conseqüentemente de área; 4) sofre todas as
modificações correlatas.
Desenhar tais mapas
não vai ser, de modo algum, fácil, pelo contrário, haverá muitos detalhes a
colocar neles. Se queremos aquelas coisas que os canais documentários sem
grande apuro passam, mostrando transformações qualitativas muito grosseiras,
então é simples; mas tal simplicidade enganosa não serve à pesquisa séria de
energia e matérias-primas, de modo que não é o caso das companhias de energia e
as mineradoras para as quais trabalharão os geólogos pesquisadores de campo e
de escritório, os práticos e os teóricos. Esses 15 km ou mais dependem de foco
muito apurado, detalhista mesmo, tal afinação só fazendo bem a todos e cada um.
Não são níveis espaciais, na vertical, são níveis temporais, na horizontal;
claro que os primeiros interessam também e a combinação deles mais ainda. Mas,
se não pudermos ter tudo, pelo menos fiquemos com o mais interessante.
Vitória,
quinta-feira, 16 de setembro de 2004.
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