A Base dos
Dinossauros nos Crátons
Imagine que todo o
desenho atual do mundo apareceu depois de SG-273, o supergrande de 273 milhões
de anos atrás que inaugurou a Era dos Dinossauros; terminada pelo G-65, o
grande de 65 milhões de anos atrás que a fechou.
GRAFICAMENTE
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Entre 273 e 65 (273 – 65 = 208)
transcorreram 3,2 vezes o tempo que vai desde esta mais recente ocorrência e nós:
os dinossauros estiveram aí muito tempo. ONDE FICARAM? No início existiam
somente os crátons, de forma que eles apareceram por lá, em cada um que havia
(por exemplo, o Brasil estava unido à África e ambos tinham um cráton só, que
agora está no Brasil – na África nada ficou). Mas os Lobatos se formaram
principalmente DEPOIS da Era dos Dinossauros, nos mais recentes 65 milhões de
anos, de forma que os lagartos gigantes ficavam nos crátons mesmo e se
aventuravam nas redondezas, as ilhas que iam sendo formadas e que para eles,
animais de vida curta, existiam desde sempre, desde bem antes do nascimento.
Para a ED propriamente devemos procurar saber dos Lobatos apenas o que se
formou na era intermediária.
O que enterraria os dinos em rocha
sólida e dura de cráton? Não vejo como eles seriam soterrados, a não ser por
enchentes; assim, alguns devem ter se aventurado além das bordas duras dos
crátons, nas páleo-fozes e além, nos pântanos, ali morrendo. Pântanos fornecem
as condições corretas: 1) são traiçoeiros, 2) os lagartos afundariam
instantaneamente, sendo protegidos da decomposição total; 3) têm muitas formas
de vida e são porisso mesmo atrativos; 4) vão acompanhando o mar e se
transferindo para adiante, na medida em que os Lobatos tenham parcialmente se
formado na ED. Enfim, alguma vida comestível os deveria atrair; eles deveriam
afundar para serem enterrados sem condição de sair.
Podiam viver lá para dentro, mas penso
que as condições mais propícias se apresentariam nas bordas dos crátons, juntos
aos páleo-pântanos e às páleo-fozes. Assim, eles seriam sucessivamente
enterrados sempre nas margens das páleo-fozes e dos páleo-mangues, na medida em
que estes fossem se deslocando para diante, porque a tendência é ir buscar
comida, os maiores comendo os menores (e os menores ainda comendo os maiores,
fechando o ciclo). Haverá vida em toda parte, é certo, mas havendo mais num
lugar é ali que morrerão mais espécies e espécimes. Até hoje ficamos à margem
dos rios e à margem dos pântanos. Muitas de nossas cidades surgiram assim.
Isso concentra muito a busca, pois
desde que consigamos definir as páleo-fozes conseguiremos também dizer onde
preferencialmente estarão os esqueletos.
Vitória, segunda-feira, 20 de setembro
de 2004.
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