quinta-feira, 22 de junho de 2017


Os Vírus que se Tornaram Avós


 

                            Há uma polêmica entre os biólogos sobre se os vírus são ou não vivos, porque devem acoplar em algo para começar a multiplicar, ao contrário das bactérias, que se reproduzem sozinhas.

                            Então, deveríamos esperar que os vírus fossem porções menos eficientes das bactérias, surgidas primeiro, tendo perdido depois parte das linhas de programação e nessa forma reduzida se tornando os vírus. Contudo, diz-nos a realidade, as coisas montam-se do mais simples para o mais complexo: tijolos, pisos, massa, massa corrida, marcos de portas e janelas, telhas, tesouras de sustentação do teto, cimento, argamassa e uma quantidade de partes que vão compor a casa. Não surge primeiro a casa, que ulteriormente se divide em seus componentes. Ninguém, nunca, viu uma casa que tivesse surgido pronta e fosse se decompondo em seus componentes. É sempre o contrário. Listas de produtos, todos diferentes, acabam por compor a casa por se tornarem os pré-conjuntos da composição escatológica, isto é, final.

                            É preciso ver os vírus como partes da bactéria e da célula e não o contrário; uma quantidade de vírus, todos diferentes, mas no conjunto necessários e suficientes ou mais-que-suficientes deveria compor o DOMÍNIO DE FUNCIONAMENTO dos conjuntos maiores. De quantas linhas mínimas a primeira bactéria ou primeira célula auto-suficiente precisaria para funcionar a contento e a quantos primeiros-vírus isso corresponderia? Evidentemente a presença coletiva desses vírus-de-composição inicial é esperada; eles podem continuar ou não presentes, como os biólogos vem raciocinando. A célula-casa é claramente a composição de vírus soltos. Mas, como estes se duplicavam? Certamente havia um espelho fora, um vírus-replicação, encarregado da multiplicação dos outros. Isso resolve um problema e coloca outro: como ele mesmo se duplicava? Os duplicantes o duplicavam, é evidente. Assim, quando o primeiro duplicador surgiu, ele passou a duplicar os outros, mas não a sim mesmo; contudo, há a mutação e uma cópia melhorada de si prosperou, tornou-se filho que teve filho e assim por diante, intervindo então as orientações darwinianas.

                            Um tipo de vírus-tijolo se juntaria ao vírus-argamassa PELA LÓGICA compondo todos os superconjuntos. Assim, os vírus isolados se juntaram num programa cooperativo maior, tiveram descendência, que também teve prole, da qual remotamente somos os descendentes, os tataranetos. Somos vírus ou doenças altamente complexas.

                            Vitória, terça-feira, 18 de maio de 2004.

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