A Tecnociência da
Dança da Chuva
A dança da chuva
corresponde a uma espécie de transe que é conseguido a base um alucinógeno, que
os dançarinos tomam. Isso ficou na memória que foi depois a dos índios,
mascarada como magia, sendo na origem perfeito entendimento atlante.
Eles tomam mescal
transformado em pó. Sob efeito da droga suas libidos manifestam-se em uníssono,
como uma só, como se todos fossem um. Batendo o pé no chão fazem a Terra vibrar
num certo tom, como um diapasão; o solo age como um tambor, ampliando o som e
enviando-o às nuvens, onde ele aquece as partículas de pó, transferindo-lhes
energia, aumentando sua temperatura e agregando ou coalescendo ou aglutinando
ou juntando as gotas dispersas como volumes maiores que finalmente caem como
chuva.
É efetivo, embora se
tenha duvidado.
O mescal tem apenas
o sentido de liberar as mentes dos compromissos conceituais do ego e do
superego, permitindo que a mente profunda inconsciente coloque em contato as
emoções de todos os que estão em volta, formando um grupo unido, cujas batidas
de pé entram em consonância. Todos os participantes passam a batê-los quase no
mesmo instante e com quase a mesma força, segundo um compasso determinado que
leva em conta o tipo de terra, se está seca ou úmida, se há pedras ao redor,
etc. Se o indivíduo fosse buscar sozinho, jamais acharia, exceto fazendo
complexos cálculos ou preparando artificialmente um tambor gigantesco. Mas em
grupo conseguem facilmente, porque há adaptação do conjunto, conforme os
ouvidos inconscientemente ouvem.
À medida que vão
batendo os pés uns vão atrasando e outros adiantando, até que ressoam mais ou
menos todos juntos. Rumo às nuvens vai uma onda só, de certa altura,
comprimento, freqüência, com determinada carga característica de energia.
Isso os celestiais
faziam por brincadeira, para se divertirem, fazendo chover nas planícies da
Suméria ou quando estiveram nas Américas. Os índios viram e passaram a repetir.
Como o mecanismo é realmente simples, fácil de aprender, qualquer um pode
fazer, desde que tenha tomado uma quantidade qualquer de desinibidor (até
cerveja, se durar bastante tempo o efeito do entorpecimento do ego – mas a
pessoa não pode ficar bêbada demais a ponto de tropeçar ou, pior ainda, cair,
porque o círculo seria rompido).
Vitória,
segunda-feira, 07 de junho de 2004.
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