Preto & Branco
Sempre acreditei das
estatísticas que tenho na cabeça que no Brasil há 50 % de brancos, 6 % de
negros e 44 % de mestiços.
Seria o caso de
construírem um enredo consistente, bem verdadeiro, como para um filme comum, só
que agora sorteando os papéis PRETO, MESTIÇO e BRANCO segundo aquelas
proporções ou outras mais verdadeiras, independentemente de donde fosse a
procedência do personagem. Por exemplo, poderia ser um japonês, russo negro,
qualquer coisa.
O objetivo,
claramente, é criar o contraste.
Haveria talvez no
sorteio caso de pai e mãe brancos que calhassem de ter filho e filha negros, ou
vice-versa. Todo tipo de combinação aconteceria. Teríamos cientistas negros,
garis brancos, generais brancos e lavadeiras negras, todo tipo de combinação
mesmo. E o diretor não prestaria atenção em nada, somente no enredo e no valor
dos artistas (porque ninguém quer artistas burros). As pessoas veriam
perfeitamente que isso de pele deve ser sobrepujado, colocando-se os negros ao
acaso em todas as posições. Depois disso, espero, os artistas negros receberiam
papéis de maior significação. A novela seria assim como que um marco zero, um
traço de separação entre o passado e o futuro. E o próprio contraste daria uma
audiência tremenda, vendendo os produtos e a novela em todo o mundo, causando
celeuma, grande algazarra, enorme alarde planetário, com notícia em toda a
mídia (TV, Revista, Jornal, Livro, Rádio e Internet), com divulgação pelos
negros do mundo todo.
A Rede que criasse
essa coisa nova ganharia muitos pontos de audiência, saltando à frente das
demais.
Vitória, sexta-feira,
05 de março de 2004.
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