quinta-feira, 25 de maio de 2017


Preto & Branco

 

                            Sempre acreditei das estatísticas que tenho na cabeça que no Brasil há 50 % de brancos, 6 % de negros e 44 % de mestiços.

                            Seria o caso de construírem um enredo consistente, bem verdadeiro, como para um filme comum, só que agora sorteando os papéis PRETO, MESTIÇO e BRANCO segundo aquelas proporções ou outras mais verdadeiras, independentemente de donde fosse a procedência do personagem. Por exemplo, poderia ser um japonês, russo negro, qualquer coisa.

                            O objetivo, claramente, é criar o contraste.

                            Haveria talvez no sorteio caso de pai e mãe brancos que calhassem de ter filho e filha negros, ou vice-versa. Todo tipo de combinação aconteceria. Teríamos cientistas negros, garis brancos, generais brancos e lavadeiras negras, todo tipo de combinação mesmo. E o diretor não prestaria atenção em nada, somente no enredo e no valor dos artistas (porque ninguém quer artistas burros). As pessoas veriam perfeitamente que isso de pele deve ser sobrepujado, colocando-se os negros ao acaso em todas as posições. Depois disso, espero, os artistas negros receberiam papéis de maior significação. A novela seria assim como que um marco zero, um traço de separação entre o passado e o futuro. E o próprio contraste daria uma audiência tremenda, vendendo os produtos e a novela em todo o mundo, causando celeuma, grande algazarra, enorme alarde planetário, com notícia em toda a mídia (TV, Revista, Jornal, Livro, Rádio e Internet), com divulgação pelos negros do mundo todo.

                            A Rede que criasse essa coisa nova ganharia muitos pontos de audiência, saltando à frente das demais.

                            Vitória, sexta-feira, 05 de março de 2004.

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