O Best Seller de Um
Milhão de Macacos
Quando eu estava na
faculdade de engenharia pela primeira vez, lá pelos 19 anos, para afirmar o
argumento do acaso me disseram que alguém no estrangeiro afirmara que um
amacaco digitando numa máquina de escrever no infinito produziria a Bíblia ou a
obra inteira de Shakespeare, totalmente ao acaso. Fiquei encantado, mas depois,
pensando muito e criando o modelo vi que a admiração que tínhamos pelos
estrangeiros era desprovida de sentido. Só queria dizer que os brasileiros éramos
então ainda menos interessantes.
Ora, passado esse
tempo vi que os primatas tiveram 100 milhões de anos, os hominídeos 10 milhões
e os sapiens 100, 50 ou 35 mil para fazer, mas os humanos desde 3,5 mil antes
de Cristo com a invenção da escrita fazendo mais que todos antes. Embora a
diferença genética entre os chimpanzés, primatas, e os sapiens seja de menos de
um porcento, como ficou reconhecido, o fato é que a escrita fez mais que tudo.
De fato a tecnociência dos 500 anos mais recentes potencializou-nos até a
estratosfera. Um milhão de macacos não poderia fazer sequer o arremedo de uma
obra do escritor mais medíocre, colocado na evolução das PESSOAS (indivíduos,
famílias, grupos e empresas) e dos AMBIENTES (cidades/municípios, estados,
nações e mundo) - enquanto capacitação do SER (memória, inteligência e controle
ou comunicação ou capacidade de verbalização) e do TER (matéria, energia e
informação) - no topo de uma escada hiperpotencializada.
Ninguém nunca ouviu
falar de um best seller de um milhão de macacos escrevendo em parceria; e
sequer de um - embora muitos humanos sejam primatas em suas razões e emoções, isso
é só modo de dizer.
Os macacos estão em
termos de construção 10 milhões + 100 mil + 5,5 mil anos de escrita para trás.
Estão tantos degraus para trás que é de doer mesmo. As pessoas nem sabiam o que
estavam falando quando usaram esse argumento rasteiro contra a necessidade.
Fazendo isso estavam de fato remontando todos aqueles milhões de anos.
Vitória, sábado, 28
de fevereiro de 2004.
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