segunda-feira, 22 de maio de 2017


A Morte das Tecnartes

 

                            Estava conversando com Gabriel e vi isto.

EU VI O TEMPO PREPARANDO OUTRA MULHER (porque as tecnartes morreram quase todas) – nas décadas dos 1990 e dos 2000

·        MORREU A VISÃO (não há mais nada de útil na fotografia, na dança, na moda, no desenho, na fotografia, na prosa e na poesia);

·        MORREU A AUDIÇÃO (nenhuma música ou discurso surpreendente foi feito);

·        MORREU O PALADAR (as comidas, as bebidas, os temperos e as pastas são repetitivas);

·        MORREU O OLFATO (já não são lançados perfumes novos e espantosos);

·        MORREU O TATO (nada acontece de significativo no teatro, no paisagismo/jardinagem, na esculturação, na tapeçaria, no urbanismo e na decoração – só está acontecendo alguma coisa nova na arquiengenharia e no cinema).

Foi a iupização (tornar yuppie, Young urban people, jovem povo urbano), essa elitização, esse distanciamento, como se o mundo estivesse pronto e completo, terminado, levado até o nível mais alto de perfeição, que tornou as tecnartes ausentes de si, alienadas. A excessiva celebração delas levou a que, como no futebol, não houvesse mais criação, desde quando - nas décadas dos 1950, 1960, 1970 e até 1980 – ainda havia. Quando os tecnartistas não eram paparicados e endeusados, quando suavam a camisa eles produziam qualquer coisa que prestasse, enquanto agora nada produzem de útil e relevante. É apenas mesmice, repetição das grandezas de outrora. Que duas décadas tristes!

Como eles puderam se deixar cair em tal prostração? Como é que nada de novo surgiu? Por quê novos artistas não despontaram?

Vitória, terça-feira, 02 de março de 2004.

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