A Morte das Tecnartes
Estava conversando
com Gabriel e vi isto.
EU
VI O TEMPO PREPARANDO OUTRA MULHER
(porque as tecnartes morreram quase todas) – nas décadas dos 1990 e dos 2000
·
MORREU A VISÃO (não há mais nada de útil na
fotografia, na dança, na moda, no desenho, na fotografia, na prosa e na
poesia);
·
MORREU A AUDIÇÃO (nenhuma música ou discurso
surpreendente foi feito);
·
MORREU O PALADAR (as comidas, as bebidas, os temperos
e as pastas são repetitivas);
·
MORREU O OLFATO (já não são lançados perfumes novos e
espantosos);
·
MORREU O TATO (nada acontece de significativo no
teatro, no paisagismo/jardinagem, na esculturação, na tapeçaria, no urbanismo e
na decoração – só está acontecendo alguma coisa nova na arquiengenharia e no
cinema).
Foi a iupização (tornar yuppie, Young
urban people, jovem povo urbano), essa elitização, esse distanciamento, como se
o mundo estivesse pronto e completo, terminado, levado até o nível mais alto de
perfeição, que tornou as tecnartes ausentes de si, alienadas. A excessiva
celebração delas levou a que, como no futebol, não houvesse mais criação, desde
quando - nas décadas dos 1950, 1960, 1970 e até 1980 – ainda havia. Quando os
tecnartistas não eram paparicados e endeusados, quando suavam a camisa eles
produziam qualquer coisa que prestasse, enquanto agora nada produzem de útil e
relevante. É apenas mesmice, repetição das grandezas de outrora. Que duas
décadas tristes!
Como eles puderam se deixar cair em
tal prostração? Como é que nada de novo surgiu? Por quê novos artistas não
despontaram?
Vitória, terça-feira, 02 de março de
2004.
Nenhum comentário:
Postar um comentário