Todo L. F. Veríssimo
Publicaram Toda Mafalda, a personagem em
quadrinhos de Quino (Joaquim Salvador Lavado, argentino) que foi trazida ao
nosso conhecimento (porque ela existe mesmo nalgum mundo paralelo) na década
dos 1960 e desapareceu em 1973. Infelizmente Quino não continuou a desenhá-la.
Podem e devem fazer
o mesmo com LFV, que publicou tantas coisas deliciosas que é quase um
iluminado, faltando pouco.
O pai foi Érico
Veríssimo (gaúcho, 1905 a 1975), grande escritor brasileiro, mas o filho foi maior
ainda (também RS, 1936 -). Escreveu e escreve livros de humor, artigos aos
montes (engraçadíssimos e profundíssimos), desenhou e desenha quantidade
ilimitadas de tiras ferinas que não canso de reler, e é de uma finura até
esquisita num país de grossos, de gente brutal. Comprei quase todos os livros
dele e parei, porque é um prazer tão grande que estou guardando as
oportunidades; um ou dois estão de reserva para ler nos momentos de perigo.
Eis alguém de que
faria sentido publicar absolutamente tudo numa ENCICLOPÉDIA DE LFV, com
biografia, bibliografia, editoras das edições originais, vendas dos volumes,
tempo que ficaram nas listas (é impressionante, os livros dele ficam mais de
150 semanas nas listas de mais vendidos e competem com os estrangeiros não lá,
mas aqui mesmo, chegando aos 500 mil exemplares num país onde uma edição de 10
mil já é vitória de deixar a comunidade adorando o sujeito). Depois o que mais
ele fosse fazendo seria acrescentado aos poucos. Brincando eu diria que é até
um desperdício ele ser brasileiro, mas o Brasil deveria começar a ser elevado
de alguma forma, de modo que ele ter nascido aqui e a Clarice Lispector ter
vindo nos diz que Deus olho para esta terra. Fico felicíssimo por ele ser quem
é, uma alma livre que ganhou grandes alturas, um dos que pode ver Deus face a
face.
Vitória,
segunda-feira, 29 de dezembro de 2003.
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