sexta-feira, 21 de abril de 2017


Se a Europa Fosse Suprimida

 

                            A gente fala tanto mal da Europa (eu mesmo falei horrores, de tanta raiva) que nem pára para raciocinar o que teria aconteceria ao mundo se a Europa não tivesse existido, em relação ao passado, ou se ela fosse subitamente apagada, em relação ao futuro. Claro, A China fez um punhado de coisas, o Egito outro tanto, os maias e astecas, os incas, os sumerianos, os persas, um conjunto de povos pelos quais temos o maior respeito.

                            Contudo, a Europa levou a palma.

                            Nos últimos 500 anos a Europa ou seus descendentes (nas Américas, na África, na Ásia, na Oceania) descobriram todo tipo de coisas – seria muito interessante alguém gastar algum tempo fazendo a lista mais ou menos completa, depois completa, dado que existem tantos pesquisadores no mundo. Basta a gente percorrer a lista dos Nobel, dos 100 maiores disso e daquilo (e nem adianta falar que é etnocentrismo ou eurocentrismo, isso não cola – a mais objetiva das avaliações pouco destoaria das atuais, e só com muito boa vontade alguns teriam se destacado entre os povos não-brancos), dos produtores de Conhecimento (magos/artistas, teólogos/religiosos, filósofos/ideólogos, cientistas/técnicos e matemáticos) em todas as chaves e bandeiras do modelo. Foi meio milênio em que a Europa ultrapassou largamente os demais e se não fosse pelos amarelos-asiáticos teríamos ficado desesperados.

                            Como sabemos que o futuro é de quem enfrenta e resolve os problemas que são postos, posso entender que pelo menos por enquanto - fora japoneses, chineses, coreanos e outros povos asiáticos que corajosamente tem imitado o Ocidente, especialmente a Europa, inclusive se cristianizando no conteúdo – os europeus e seus descendentes são os que estão garantindo maior presença no futuro, incluídos os europeus-orientais e os russos, que são eslavos.

                            Portanto, se eu fosse dar um prêmio simbólico daria à Europa e seus descendentes, com uma grande vaia aos povelites que se deixaram ficar dormindo. Os povelites europeus fizeram o dever de casa com competência e garra. Palmas para eles.

                            Vitória, quarta-feira, 24 de dezembro de 2003.

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