Os Cartazes da Vida
No filme Piquenique (com Mary S.) de 19.11.2003
num canal pago a moça perguntou à mãe o que era a beleza e ela respondeu que
eram cartazes da vida, ou seja, podemos concluir que a Vida geral faz
propaganda através da beleza, de modo que nos engajemos na parte complicada.
Compramos pelo
embrulho da beleza e entramos numa embrulhada, numa confusão dos diabos, com
algumas alegrias e muitas tristezas. Compramos a sustentação da família através
da beleza das mulheres, tendo dentro um caroço duro e inconquistável, que leva
fatalmente à morte (mas, de todo modo, o anúncio da vida é o anúncio paralelo
da morte, pois constituem um par polar oposto/complementar, como o sim e não, a
verdade e a mentira, o norte e o sul, etc.).
Se virmos a Vida
como uma grande loja, uma mega-zine, um magazine, um centro de compras imenso
com todo tipo de processobjeto ou de programáquina, os anúncios dos
proprietários (Natureza e Deus, Ela e Ele, ELI) são os vários indicativos de
beleza que estão espalhados por aí. E nós caímos como uns patinhos, não é?
Não é extraordinário
ver assim? E vindo de um filme que não tem qualquer grande importância (tanto
que nem traduziram o título, acho, colocaram Picnic, uma falta de respeito tremenda pelos brasileiros).
E são tremendos cartazes
de propaganda: figuras femininas, cenários belíssimos, cores esfusiantes,
brilhos inacreditáveis, uma profusão de preparações voltadas à venda dos
produtos que estão no interior: compromisso, dever, produção, organização, etc.
Não é lindo, isso?
Vitória, segunda-feira,
24 de novembro de 2003.
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