quinta-feira, 6 de abril de 2017


Dando Voz aos Outros

 

                            Dois filmes:

1.       VENTRÍ/LOUCO: começa com um ventríloquo normal que num certo momento coloca por acidente a voz na boca de uma qualquer pessoa; de repente ele percebe que pode falar usando o aparelho fonador de outros, quaisquer uns, e começa a fazer isso, provocando algumas situações hilárias, bem engraçadas, até que perde a graça e começa a ser intrusão. Ele passa a usar políticos (que depois vão dizer que pareciam que eram outros, estavam fora de si, quando disseram besteira). Fica bem sério mesmo (a intenção não é discutir possessão e sim a perda de liberdade, justamente por parte dos políticos, que tomam nossas vozes para seus propósitos), até que o sujeito se torna uma ameaça pública;

2.       DUPLA PERSONALIDADE: pode ter havido algo de semelhante, não me lembro, mas aqui seria um ventríloquo que começasse como todos e subitamente o boneco fosse tomando conta de seu corpo. Não só o boneco ganha personalidade como fá-la migrar de seu pseudocorpo até o verdadeiro (como está discutido no filme de FC 13º Andar) do artista. O ventríloquo, prisioneiro do corpo do boneco, fica aflitíssimo, até que alguém salva-o, aquela coisa de salvação dos idiotas.

Acho que uma série de filmes assim pode ser feita, com bastante proveito leve e descompromissado para as platéias, sempre sedentas de diversão.

Vitória, terça-feira, 25 de novembro de 2003.

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