Critérios de Eleição
para o Congresso de Oslo
Oslo é a capital da
Noruega, congresso é o Congresso Mundial da Mulher, que está proposto para ser
sediado nos países nórdicos, pelas razões apontadas. Agora, o que o modelo pode
dizer da escolha das representantes? Muita coisa, como veremos, ele dá
critérios DEFINIDOS psicológicos PARA TODA ELEIÇÃO, seja esta ou outra.
OS CRITÉRIOS PSICOLÓGICOS
·
Critérios espaciais (geográficos, ONDE?): área do
conjunto;
·
Critérios temporais (históricos, QUANDO?): antiguidade do
conjunto, denotando capacidade de permanecer viável na luta por aptidão ou
sobrevivência ou futuro psicológico;
·
Critérios produtivos (econômicos, COM QUÊ?): PIB, Produto
Interno Bruto, a capacidade de criar objetos para atender a construção da
metaprogramáquina;
·
Critérios organizativos (sociológicos, COMO?): em que medida
a coletividade tornou-se competente em IDH (Índice de Desenvolvimento Humano,
da ONU) para colocar-se como primeiro a quinto mundo;
·
Critérios figurativos (psicanalíticos, QUEM?): quantitativos,
quantos habitantes há no conjunto;
·
Critérios objetivos (psico-sintéticos, POR QUÊ?): quais
as metas? Esse terá de ser trabalhado mais demoradamente, porque nunca foi
olhado – talvez diga respeito aos pesquisadores do Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião,
Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) geral.
Pelos critérios figurativos, de
quantas figuras estão sendo representadas a China teria com seus 1.285 milhões
de habitantes em 2001, na base de uma representante para cada 10 milhões ou
fração de paridos, 129 delegadas, ao passo que Portugal, com 10 milhões de
habitantes, enviaria apenas uma representante e o Brasil, tendo em 2000 169,6 mandaria
17 representantes. A Índia, tendo 1.025 milhões em 2001, teria direito a 103
representantes. A soma mundial, de 6.000 milhões em 2000, seria de 600
representantes.
Pelo lado da produção, o PIB dos EUA
foi em 1999 de US$ 9.150 bilhões. Se dividirmos por 100 bilhões todos abaixo
disso teriam somente uma representante e os EUA 92; se dividirmos por 10
bilhões, todos abaixo (fração) ficam com uma, ao passo que os Estados Unidos
passam a 920. A Itália - com PIB em 1999 de 1.200 bilhões - ficaria com 120
representantes, o Paraguai com seus 7,7 bilhões mandando apenas uma
representante. Ninguém ficaria sem.
Já em relação ao tempo o critério seria da
antiguidade civilizatória, a permanência do país no mesmo lugar. A China, que
existe desde 1,5 mil anos antes de Cristo (1.500 + 2.000 = 3.500) teria para
cada 10 anos uma representante, então 3.500/10 350 representantes. O Iraque,
onde foi um dos berços da civilização, desde 3,5 mil aa.C., teria 550
representantes, enquanto o Brasil com 500 anos teria 50. Aqui não é possível
saber quantas há no total.
Em relação a espaço a Rússia é a maior
nação, com 17,075 milhões de km2, e se adotássemos o critério de 100
mil km2, teria direito a 171 representantes, enquanto a Franca
ficaria com seis (pelos 543.965 km2) e o Brasil com 86 (pelos
8.514.205 km2). O total do mundo é de 1/3 dos 510 milhões de km2
da superfície da Terra, 170 milhões de km2, total de 1.700
representantes.
No caso da organização o IDH é
conhecido e pode ser tomado em relação à distância que guarda de 1,00, a
Noruega sendo o país mais destacado. Aí uma proporcionalidade seria
estabelecida, porque isso representa a organização do povelite/nação ou
cultura, da sociedade popular e da civilização das elites.
O último critério
ainda está por ser escolhido, é o dos objetivos, do que desejam os
conjuntos, do que pretendem eles e como se habilitam para chegar lá através do
Conhecimento, da pesquisa teórica & do desenvolvimento prático.
Você viu que os
números gerados pelos critérios são muito desiguais e gerariam milhares de
representantes; mais do que apenas o excesso numérico a ser pago estaria a
dificuldade de organizar a tantas para falar – não haveria tempo hábil num ano
de trabalho [cinco meses num semestre, cinco meses em outro, total de 10 x 30
dias = 300 dias de oito horas, quatro de manhã e quatro de tarde, menos sábados
e domingos, 52 x 2 = 104, (300 – 100 = 200) x 8 = 1.600 horas/ano; uma hora por
fala, cerca de 1,6 mil falas por ano]. Se fossem muitos milhares se passaria
até um ano inteiro para a mesma mulher falar duas vezes, o que seria frustrante,
não só porque elas falam muito como porque devem mesmo falar muito depois de
milênios de silêncio político.
Assim, devemos ter
em cada vértice 200 representantes (de figuras, de objetivos, de produção, de
organização, de espaço e de tempo), ou seja, 6 x 200 = 1.200. Se a fala fosse
reduzida a meia hora num ano poderíamos ter 3,2 mil falas, com 2,67 falas por
mulher.
Assim, as seis mil
representantes de habitantes da Terra seriam equiparadas a 200, quer dizer, uma
para cada 30 milhões de habitantes. Quando as nações (o Vaticano tem apenas 800
habitantes) estivessem abaixo dessa linha um grupo delas seria servido por
somente uma representante, até atingir os 30 milhões, essa representante
viajando ou tendo contato com todas e cada uma sob sua guarda simbólica.
Lembre-se que as senadoras seriam sempre três por nação, portanto, 220 nações x
3 = 660 senadoras, em regime igualitário, eleitas dentre as mais destacadas
mulheres. Com a redução, em vez de 10 para cada 30 milhões de habitantes por
representante, a China ficaria com (129/3 =) 43 e o Brasil com (17/3 =) seis.
E assim por diante,
adequando-se cada critério aos 200 em cada vértice. Poderiam ser eleitas
representantes privilegiadas do Conhecimento, em particular das religiões, sem
direito a voto, mas com direito a voz. Mas os jornalistas podem ser tanto
mulheres quanto homens, é a lógica.
Assim, teríamos 660
senadoras, alta corte feminina, e 1.200 deputadas, da corte mais baixa, porém
verdadeiramente representativa, desde que proporcional. O que não passasse pela
Câmara de Deputadas não iria a sanção da Senatoria, ficando esta apenas
encarregada de dizer sim ou não no final das discussões, em virtude de estar
composta de estudiosas e pesquisadoras engajadas em prateoria, que poderiam
prestar assessoria nas discussões. A partir da particularidade de as duas casas
não fazerem leis não viriam a constituir ameaça ao lado masculino legal. Sendo
mais dos costumes as mulheres voltariam com suas deliberações a cada país e
lutariam politicamente para fazê-las representar segundo a Lei resguardada de
direito. Enquanto isso faria seu trabalho de cabeça em cabeça feminina, de
porta em porta, de casa em casa, missionariamente, de forma muito calma e tranqüila.
Vitória, quarta-feira,
19 de novembro de 2003.
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