segunda-feira, 24 de abril de 2017


Avanço Ineficaz

 

                            Várias pessoas dizem que a legislação ambiental ou ecológica brasileira é das mais eficazes ou eficientes do mundo, principalmente depois do Rio 92, evento mundial de conservação que se realizou no Rio de Janeiro em 1992, com o Rio + 10 se dando em 2002 em Joanesburgo, África do Sul. Coloco em anexo um estudo falando de extratos da CF brasileira onde a ecologia aparece como mensagem. Acontece que entre a EFICÁCIA TEÓRICA e a EFICÁCIA PRÁTICA vai uma grande distância, de modo que se o Brasil vai bem nas promessas vai muito mal na realidade, até porque a promessa é eletrônica, vale uns quantos elétrons mentais baratinhos e a realidade é mais pesada, é protônica, é nucleônica, é 3.680 (próton + nêutron) vezes mais pesada.

                            Os outros países, embora tendo leis menos avançadas, agem mais e melhor e assim conseguem proteger seus ambientes (municipais/urbanos, estaduais, nacionais e mundial) com muito maior segurança, literal e metaforicamente falando. O Brasil, pelo contrário, vive de promessas, inclusive essas cravadas em lei. Veja-se o caso da Constituição Federal, chamada no lançamento em 1988 de Constituição Cidadã por Ulisses Guimarães e hoje considerada Constituição Demagógica. É que no Brasil entre a declaração e o ato está a ganância dos políticos. Tudo é propaganda, neste país infeliz.

                            Eis então que uma coisa declarada muito boa teoricamente na prática não funciona, porque não há verbas, não há materiais, não há gente treinada, não há propósitos firmes dos governempresas, não há logística, não há ação firme contra os bandidos ecológicos, não há imperecível firmeza contra a destruição – só há anúncio e ficamos por isso mesmo.

                            Seria interessante fazer uma listagem de todas as promessas brasilerias e o que se viu 10, 20, 40 anos depois. Acho que seria um dos livros mais engraçados e curiosos do mundo, falando bem do passado e do futuro do Brasil.
                            Vitória, sábado, 03 de janeiro de 2004.

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