quarta-feira, 5 de abril de 2017


As Oito Mortes do Indivíduo

 

Só conhecemos uma morte, a do indivíduo que, por mais que esteja no coletivo, nasce, vive e morre sozinho, irremediavelmente só: quando A morre, não morre junto sequer uma perna de B.

No plano físico-químico não há morte, há rompimentos. No plano biológico-p.2 a morte acontece, como todos vemos. A diferença vem no plano psicológico-p.3, racional, humano.

AS OITO MORTES HUMANAS

AS MORTES AMBIENTAIS.
Danos mundiais.
Mortes jurídicas lavradas em papel, atestado de óbito, certidão de falecimento (a família enterra o corpomente falido para ter certeza de herança, e há choro).
Danos nacionais.
Danos estaduais.
Danos urbanos-municipais.
AS MORTES PESSOAIS.
Danos empresariais.
Danos grupais.
Danos familiares.
Morte real do indivíduo.

O indivíduo morto não sabe que pereceu mais sete vezes, ele acabou aquela única vez, desapareceu.

Aí começam os rituais sociais de mata-lo mais sete vezes, começam a confeccionar a papelada do ACORDO SOCIAL DE MORTE.

Lá vem os atestados relativos à confirmação, todos relativos à herança:

1)       O Estado geral herda parte da herança através da tributação dela;

2)      A família herda os bens, menos os tributos engolidos;

3)      O grupo herda o avanço sobre as obras do agora impotente defunto;

4)     A empresa avança para os poderes antes exercidos pelo falecido;

5)      Depois vem o espalhamento ambiental (não relativo a tributos: se é um pesquisador, avançam sobre os livros, os filhos os vendem; sobre as obras, modificando-as, etc.).

Quem diria que essa única morte renderia tanto, hem?

Claro, quem entrega os pontos não sabe de nada, ele felizmente acaba uma vez só, enquanto a coletividade se movimenta como um bando de urubus para desconstruir as tarefas ou se apoderar delas.

Arre!

Vitória, quarta-feira, 5 de abril de 2017.

GAVA.

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