Alma Lucindíssima
Na Rede Cognata (no
Livro 2, Rede e Grade Signalíticas)
Elisa = ALMA (vá fazer a conversão). Lucindíssima é composição de Lucinda +
lúcida (o “íssima” significando MUITO), brilhante, resplandecente, coruscante. Elisa
Lucinda é poeta capixaba de Vitória, nasceu em 1948, formou-se em jornalismo e
do pouco que conheço dela posso dizer logo que está ao mesmo nível de Drumond,
Caetano e os grandes do Brasil, além dos grandes do mundo. Por curiosidade,
cheguei a trabalhar com ela (não vai se lembrar é claro) na antiga secretaria
estadual da Indústria e Comércio, quando ficava logo acima da rua que dá para a
Escadaria Maria Ortiz, no centro da cidade.
O que me intriga em
tudo que vejo é perceber que de onde há tantos que nada produzem emerge de vez
em quando alma brilhante capaz de tão grandes saltos para perto do Céu, seja
ela, Chico Buarque ou qualquer grande tecnartista. Isso me assombra: que das
PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e dos AMBIENTES
(municípios/cidades, estados, nações e mundo) mais triviais, saia de repente um
talento superior. Como se formou? O que levou a que dos mesmos alimentos comuns
digeridos por todos, essa alma maior pudesse proporcionar tão surpreendentes
manjares?
Tais possibilidades
do mundo me intrigam sobremaneira. Ali estão outros indivíduos que nada vêem e
nada sabem fazer e do lado comendo do mesmo prato as mesmas comidas está outra
criatura, aparentando ser completamente comum, também, e não obstante,
emergindo do banal, do corriqueiro, do ordinário, da sopa barata para oferecer
aos povos e às elites suas grandes criações! É formidável, mesmo, e em anexo coloco
dela sem seleção um poema ilustrativo e uma história que conta, muito
lindamente transformada em poema prosódico.
Acho que se não fosse
de vez em quando uma notícia boa a gente sucumbiria e desistiria.
Vitória, sábado, 03
de janeiro de 2004.
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