terça-feira, 7 de março de 2017


Os Mais Produtivos

 

                            Do Modelo da Caverna deduzimos muita coisa, inclusive o artigo Duas Medicinas, neste Livro, q.v., no qual concluímos de passagem que temos (o homulher, o par fundamental com dois corpos) dois corpos e duas mentes, e que essas duas mentes têm trajetórias distintas, a da menina a mulher sendo linear e a do menino a homem sendo salto não-linear.

                            Das fases ou idades humanas, quais as mais produtivas?

                            A menos produtiva de toda seria a velhice. Mas têm-se como certo que a mais produtiva seria a idade adulta. Completo engano. Em primeiro lugar a infância é a chegada a uma estação estranha, da qual deve-se aprender a língua dos nativos, com todas as particularidades ou nuances, a Psicologia (figuras ou psicanálises – formas de vestir, de falar, como fazer amizades, o que está por fora ou por dentro, etc. -, objetivos ou psico-sínteses aceitáveis, as produções ou economias assimiláveis – o que é permitido ambicionar ou não dentro de casa perante pai, mãe, irmãos e parentes -, as organizações ou sociologias ou o modo de comportamento coletivo, os espaçotempos ou geo-histórias), um bilhão de informações a acomodar NOS ESCANINHOS OFICIAIS ou oficiosos. Na minha forma de ver a infância é mais produtiva que a idade adulta.

                            Por outro lado, como ficou demonstrado, as meninas, as adolescentes devem dar um SALTO INTERNO, produzir uma revolução inominável, pois que deixam de ser produtos para serem produtoras, com toda a responsabilidade que isso significa. É um fenômeno que quase nunca se estude essa dimensão. Como é que se larga o antigo modo de ser para pegar um novo?

                            Agora, com os meninos dá-se algo mais forte ainda, porque além do salto revolucionário, para cima e para diante, há uma mudança ainda mais notável, pois deixam de ser filhos—da-mãe (isso é um xingamento) e deslocam-se para a língua contígua, onde deixam de ser meninas para serem homens, que é outra instituição terrível, os matadores, os guerreiros da tribo. São os garotos as criaturas humanas mais interessantes e disse bem da nossa capacidade de distorcer o foco tivesse essa compreensão não se manifestado racionalmente ou, onde aconteceu sentimentalmente, fosse obscurecida. No caso das firmas ou empresas desejarem prosseguir rapidamente, deveriam contratá-los, juntando gente ao seu redor para aproveitar todos os produtos possíveis, para sugar deles todas as potências mentais.

                            Eu faria esta lista, visando a maior taxa revolucionária de aproveitamento ou de extração de produtos e processos:

1.       Os adolescentes;

2.      As adolescentes;

3.      As crianças (quanto mais recuado melhor):

4.     Adultos sob pressão;

5.      Adultos autocomplacentes;

6.     Maduros renovadores;

7.      Maduros ortodoxos;

8.     Velhos e velhas.

Não obstante, as agências (oficiais ou não, governamentais ou não, instituídas ou não) procuram contratar primeiros os adultos. Tratam os adolescentes como palhaços, quando não simples aborrecimento, alguém a quem tolerar até que se canse e vá embora.

Vitória, quinta-feira, 21 de agosto de 2003.

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