terça-feira, 7 de março de 2017


Evolução Conceitual

 

                            Como ficou dito no Livro 37, há duas evoluções, a formal e a estrutural ou conceitual, e isso em todo o Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática), por toda a pontescada tecnocientífica, em particular por toda a pontescada científica (evoluções formestruturais Física/Química, Biológica/p.2, Psicológica/p.3, Informacional/p.4, Cosmológica/p.5 e Dialógica/p.6).

                            Há a evolução (avanço), a revolução (salto) e a re-evolução (re-avanço), três etapas que correspondem ao desenho do degrau e da reevolução geral. Há avanço formal, salto formal e reavanço formal. Há avanço estrutural, salto estrutural e reavanço estrutural. E há o processo de ADEQUAÇÃO formestrutural, da forma à estrutura, e vice-versa, da estrutura à forma. Por exemplo, o relógio evoluiu tanto formal quanto estruturalmente, isto é, conceitualmente, através da percepção das leis que formalizam ou dão forma ou imagem a ele em multíplices modos ou modelos.

                            A EVOLUÇÃO CONCEITUAL é o que une Karl Popper (austríaco, 1902, ainda vivo, 101 anos), com seus conceitos de testabilidade (condição de teste de campo, contra ou a favor do real, contra ou a favor da teoria) e refutabilidade (a precaução dos que não são tolos), e Thomas Kahn, com os paradigmas = PROGRAMAS = SOLUÇÕES = PROBLEMAS, etc., na Rede Cognata (veja Livro 2, Rede e Grade Signalíticas). Há um CICLO DE NOMINALIDADE, chamemos assim, em que se atribui nomes – os conceitos, conectos às compreensões parciais de cada época – à realidade, segundo um ciclo que alteamento e rebaixamento, uma ciclóide que pode ser vista como uma senóide, congelando-se no alto, ponto de PROGRAMA (ou direcionamento sectário das ofertas de pesquisa & desenvolvimento teórico & prático pela DIREÇÃO GERAL DE PROGRAMAÇÃO, conexa com as diretivas ou diretrizes dominantes, da burguesia – e dentro dela da burguesia dominante -, na presente data). Esses congelamentos ou cristalizações no alto são os paradigmas de Kahn, que vem justamente dos supertestes a que foi submetida a teoria e a prática. Vem, claro, da refutabilidade anterior conduzir a um funil, ao COMPROMISSO COLETIVO DE AFUNILAMENTO, que está ligado ao fechamento proporcionado por Tanatos, o instinto de morte, contrário ao instinto de vida Eros, amoroso da abertura ou liberdade. Assim, Kahn é o futuro e o passado de Popper, e vice-versa, pois ambos são partes do ciclo. O SALTO PROGRAMÁTICO precisa de uma revolução, que pode ser a científica, mas é em geral REVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO (revoluções magicartísticas, revoluções teológicas-religiosas, revoluções filosóficas-ideológicas, revoluções científicas-técnicas e revoluções matemáticas que, estas, são revoluções de negação da negação, isto é, negação do não-ver). Em particular das revoluções da pontescada tecnocientífica e mais especialmente das revoluções da pontescada científica (revoluções físicas/químicas, revoluções biológicas/p.2, revoluções psicológicas/p.3, revoluções informacionais/p.4, revoluções cosmológicas/p.5 e revoluções dialéticas/p.6).

                            As revoluções científicas foram tratadas por Kahn. As demais, evidentemente, não, não só não por ele como não por qualquer um, nenhuns geo-históriadores da Magia/Arte, da Teologia/Religião, da Filosofia/ideologia e da Matemática, sequer perfeitamente da Ciência/Técnica, mormente da Técnica. Nem, seria o impensável, as condições popperianas, porque Popper as põe exclusivamente para a Ciência, quando deveriam ser válidas para todo o Conhecimento.

                            Então, como se dá essa EVOLUÇÃO DAS LEIS? Como se dá a compreensão humana da reevolução geral das leis ou estruturas ou conceitos ou concepções? Como se dá a luta pela sobrevivência dos conceitos? Quais são os conceitos mais aptos que sobreviveram (nós o sabemos, são os que estão congelados nos programas dominantes de ofertas de verbas ou expressões sancionadas) à custa de quais artifícios e artificialidades, de quais traições e conchavos, de quais políticas ou ideologias, para servir a quais interesses? Essas perguntas não foram feitas e renderiam muitas teses de mestrado e doutorado.

                            Vê como estamos atrasados?

                            Vitória, sexta-feira, 01 de agosto de 2003.

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