Elaine Morgan
Ela é feminista dona
de casa galesa (País de Gales, Grã-Bretanha) que se tornou escritora da BBC,
ouvi no programa da Discovery sobre a Teoria do Macaco Aquático. O fato de ser
dona de casa não a desmerece, só que não há qualificação acadêmica, o que poder
ser uma vantagem, porque não se fica preso nas malhas da pertinência e da
aprovação. Era de Hardy em 1942 a idéia que mais à frente ela adotou e
desenvolveu. Não há ainda informações dela na Britannica de papel e certamente
não vai haver nas outras, enquanto na Internet não voltam informações simples e
diretas qualificando-a.
Contando que temos
gordura em excesso e pelos em falta, como os animais marinhos, ela diz que o
passado humano na realidade não foi nas savanas e sim na água.
Um certo Weeler
mostrou que a temperatura um metro e meio acima do solo chega a ser até 20
graus menos que ao nível dele na África, o que pode apontar porque o ser humano
adotou postura ereta e as outras vinte e tantas espécies de antropóides não. A
essa pequena altura há maior ventilação, também. E para quê necessitaríamos
disso? Uma razão pode ser que um cérebro bem maior, com maior circulação de
sangue, gera maior quantidade de calor na cabeça, que necessitaria então de
refrigeração – se o ser humano estava desenvolvendo um cérebro grande, essa
pode ser a razão.
A razão para mais
gordura é que se os pelos caíram quase todos e o ser humano vivia num lugar
frio, fazia todo sentido ter uma proteção espessa ou superespessa. Se houve
perda de pelo e veio a glaciação (a EVA MITOCONDRIAL e o ADÃO Y surgiram em
espaços e tempos próximos na África) faria muito sentido agregar gordura,
especialmente nos bebês, que precisam ainda de maior proteção. Uma solução
alternativa é arranjar uma pele artificial, como foi feito.
Ora, 200 mil anos
fica entre as glaciações e se ambos estavam se desenvolvendo abaixo do paralelo
23 (23º Sul, sobre São Paulo, Brasil, cobrindo na África a Namíbia, Botsuana,
África do Sul, Lesoto e parte de Moçambique) é bem provável que eles tivessem
sido pegados geograficamente dentro dela, ou, se mudaram oportunisticamente
para as áreas desprovidas de predadores, fugindo da competição, enquanto, pelo
contrário, estes iam para o norte, fugindo do frio, então mudaram suas
conformações para o frio. Penso que os hominídeos de onde viemos foram pegados
pelo frio, se desenvolveram nele e migraram depois para o calor já com a imensa
vantagem de um cérebro grande (e, melhor ainda, um gerador de autoprogramas,
GAP, de grande potência resolutiva) e crescente, e o poder em desenvolvimento
do bando, da PESSOA (indivíduo, família, grupo e empresa) e depois, milênios
depois, dos AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nações e mundo, uma
crescente Rede Legal).
A seqüência pode ter
sido diferente daquela visualizada pela Morgan. Seria preciso ver se os
esqueletos descobertos são do sul da África e se foram encontrados em regiões
de gelo, inclusive o que eram então geleiras eternas em montanhas agora
desprovidas delas.
Se o ser humano se
desenvolvesse na água, como disse no artigo Marcas Internas do Ambiente, neste Livro 45, teríamos marcas
aquáticas em nós, por exemplo, membranas entre os dedos dos pés e das mãos. Ademais,
na água não há árvores para nos escondermos, não há obstáculos entre nós e o
predador, e a velocidade de locomoção é muito menor, bem como a visão pior, e
outros índices. E onde, para perguntar logo, haveria tanta água assim,
internamente nos continentes?
A hipótese dela faz
pensar, mas não parece verdadeira.
Vitória,
quinta-feira, 09 de outubro de 2003.
Nenhum comentário:
Postar um comentário