terça-feira, 21 de março de 2017


Departamento de Festas

 

                            Como já disse, nunca ouvi falar de qualquer ambiente (município/cidade, estado, nação ou mundo) em que os políticos do Legislativo, os governantes do Executivo e os juizes do Judiciário, ou os empresários, tivessem criados departamentos de LAZER (que é para os pobres e miseráveis; o ócio é o lazer dos ricos e médios-altos – aí já seria abuso).

                            E muito menos ouvi falar de um departamento de festas.

                            Me pergunto sempre porque, tendo tanto a favor, o mundo é tão triste, macambúzio, para usar essa terrível palavra (que significa triste, taciturno, mal-humorado, tristonho). O volume do sistema solar é imenso e nele só a Terra é uma jóia azul em que o Cristal da Criação, o ser humano racional como PESSOA (indivíduos, famílias, grupos e empresas), pode se expressar, após o acaso muito improvável ter montado a Vida geral e depois de 3,8 bilhões de anos de peripécias vir dar na humanidade viável de até agoraqui.

                            É das coisas mais surpreendentes para mim.

                            NENHUM governempresa foi capaz, em qualquer das cerca de 220 nações, em qualquer pontistante da geo-história ou espaçotempo, de colocar SEQUER UM departamento de festas, da alegria, da diversão, do prazer. É só trabalho, trabalho, trabalho. Não há nada que valorize o ser humano. No máximo fazem umas praças por obrigação, “para mostrar serviço”, para “empatar algum”, como diz o povo, para não chamar atenção demais para a roubalheira dos “caixinhas”.

                            Não há um movimento interessado ou, seria esperar demais, interessadíssimo na felicidade, nenhum Departamento da Felicidade (até soaria jocoso). Por quê nenhum governante teve grandeza moral de pensar e praticar a felicidade popular? Seria interessante os pesquisadores rastrearem como se comportaram os governantes a respeito disso durante os 10 mil anos de geo-história, particularmente nesses 500 anos de Brasil. Daria uns livros maravilhosos e teses fantásticas.

                            Vitória, terça-feira, 07 de outubro de 2003.

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