domingo, 26 de março de 2017


Declarado Anjo

 

                            Desde que vi na Rede Cognata (veja Livro 2, Rede e Grade Signalíticas) que santo = ANJO = INCRIADO = PERMANENTE, etc., percebi que a Igreja, ao declarar santos e santas tais ou quais pretende na realidade ter a capacidade de RE-CONHECER os incriados, os que não foram criados, os que são permanentes, que existem de sempre para sempre, sem tempo (e, conseqüentemente, de acordo com os postulados de Einstein, sem espaço, pois tempo e espaço são a mesma coisa, tempespaço ou espaçotempo, como venho chamando).

                            Não é pretensão pequena.

                            E se errar? Condena os seres humanos a ligações com presumidos (mas, eventualmente não-verdadeiros) anjos, que são Deus mesmo, na realidade Natureza/Deus, Ela/Ele, ELI = ABBA = ALÁ, etc. É aí que deve valer o Dogma na Infalibilidade Papal. Em termos cristãos, especialmente católicos, o Papa não pode falhar, porque é uma declaração pesada: de que o santo ou santa é anjo, é incriado, é original com Deus, parte indissolúvel dele.

                            Ora, como reconhecer Deus?

                            Uma aspiração extraordinária.

                            Não admira nada que os outros fiquem inquietos e ouriçados.

                            Quantos santos e santas existem? Algumas centenas, talvez, o que quer dizer que outros tantos anjos encarnaram, vestiram carne humana, desceram à Terra para auxiliar deste ou daquele modo, saindo de sua intangibilidade etérea, celeste, para se tornarem substancialmente participantes das aventuras e desventuras humanas ou racionais terrestres.

                            A Igreja é cuidadosa, exige prova irrefutável de milagre (pelo menos um, geralmente mais), tem lá o seu Advogado do Diabo, do Adversário, como dizem os religiosos, o advogado de acusação que faz de tudo para provar a falsidade da presumida santidade. A Igreja sabe porque, em tese, os anjos podem sofrer barbaridades, que os seres humanos não conseguiriam suportar.

                            Mesmo assim, não deixa de ser uma declaração e tanto, algo de fantástico, afirmar poder reconhecer um anjo, se é que de fato sequer existem, pois reconhecer um anjo é reconhecer o próprio Deus, pois ele é também incriado, como Deus, segundo as definições.

                            Vitória, segunda-feira, 20 de outubro de 2003.

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