Declarado Anjo
Desde que vi na Rede
Cognata (veja Livro 2, Rede e Grade
Signalíticas) que santo = ANJO = INCRIADO = PERMANENTE, etc., percebi que a
Igreja, ao declarar santos e santas tais ou quais pretende na realidade ter a
capacidade de RE-CONHECER os incriados, os que não foram criados, os que são
permanentes, que existem de sempre para sempre, sem tempo (e, conseqüentemente,
de acordo com os postulados de Einstein, sem espaço, pois tempo e espaço são a
mesma coisa, tempespaço ou espaçotempo, como venho chamando).
Não é pretensão
pequena.
E se errar? Condena
os seres humanos a ligações com presumidos (mas, eventualmente não-verdadeiros)
anjos, que são Deus mesmo, na realidade Natureza/Deus, Ela/Ele, ELI = ABBA =
ALÁ, etc. É aí que deve valer o Dogma na Infalibilidade Papal. Em
termos cristãos, especialmente católicos, o Papa não pode falhar, porque é uma
declaração pesada: de que o santo ou santa é anjo, é incriado, é original com
Deus, parte indissolúvel dele.
Ora, como reconhecer
Deus?
Uma aspiração
extraordinária.
Não admira nada que
os outros fiquem inquietos e ouriçados.
Quantos santos e
santas existem? Algumas centenas, talvez, o que quer dizer que outros tantos
anjos encarnaram, vestiram carne humana, desceram à Terra para auxiliar deste
ou daquele modo, saindo de sua intangibilidade etérea, celeste, para se
tornarem substancialmente participantes das aventuras e desventuras humanas ou
racionais terrestres.
A Igreja é
cuidadosa, exige prova irrefutável de milagre (pelo menos um, geralmente mais),
tem lá o seu Advogado do Diabo, do Adversário, como dizem os religiosos, o
advogado de acusação que faz de tudo para provar a falsidade da presumida santidade.
A Igreja sabe porque, em tese, os anjos podem sofrer barbaridades, que os seres
humanos não conseguiriam suportar.
Mesmo assim, não
deixa de ser uma declaração e tanto, algo de fantástico, afirmar poder
reconhecer um anjo, se é que de fato sequer existem, pois reconhecer um anjo é
reconhecer o próprio Deus, pois ele é também incriado, como Deus, segundo as
definições.
Vitória,
segunda-feira, 20 de outubro de 2003.
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