terça-feira, 7 de março de 2017


De Peito Aberto

 

                            Estando com essa doença cardíaca sujeita a revascularização ou pontes de safena (e mamária), fiquei sabendo de várias coisas, com a ajuda de Gabriel: ele me disse a partir da Internet que há apenas 30 anos morriam 80 % dos submetidos a intervenção e que agora lá vão “apenas” 5 %, a sobrevivência subindo de 20 para 95 %, o que de fato é uma proeza biomédica. A angioplastia, por outro lado, corresponderia a uma intervenção mais branda, por exemplo, à colocação de stents, que são os tubinhos (cada qual custando 12 mil reais, agora cerca de quatro mil dólares – são colocados vários: o irmão mais velho de AAG, A, colocou quatro ou cinco, o que faz a delícia da empresa médico-hospitalar; por outro lado cada revascularização custa 60 ou 70 mil. Como são realizadas por ano 900 mil cateterismos nos EUA, ao custo de 1,7 mil cada, resultando em 500 mil revascularizações, o custo geral destas pode ser de 10 bilhões de dólares por ano, mais 510 milhões em cateterismos – como o mundo é quatro vezes os EUA, pode chegar facilmente a 42 bilhões de dólares por ano, uma indústria poderosa, que deve ser investigada) sujeitos a re-stenização ou reentupimento logo em seguida.

                            Como é que aconteceu de tanta gente estar sujeita a isso?

                            Como está escrito em Duas Revoluções, Livro 36, azeite dos cipriotas, vinho dos italianos, iogurte dos ucranianos e vinagrete dos churrascos brasileiros tem como ponto de união a acidez. Como o médico mostrou, havendo três paredes e sendo a muscular e do meio onde se formam as placas que vão depois obstruir a luz da artéria, não adianta tomar ácidos depois do processo estar adiantado, mas faria todo sentido TOMAR ANTES, espalhando-se essa ordem mundialmente, como forma de prevenção.

                            Acontece de calhar pensarmos que no Modelo da Caverna as mulheres ficavam em volta dela para a colheita e desenvolveram um tipo de coração mais brando (em dois sentidos), ao passo que os homens criaram um coração mais duro e resistente, voltado para as corridas e os sustos. Os homens, desde o começo da civilização e na modernidade sedentários ficaram submetidos a essa vida parada que têm gerado tantos problemas para nós, ao passo que ainda mais recentemente as mulheres, projetadas no muito dinâmico mundo do trabalho fora da caverna-lar, viram-se na condição de enorme pressão e grande correria, de modo que é mesmo de esperar que desenvolvam cardiopatias, até graves, principalmente quando acumulem gordura tomando cerveja e nervosismo contido fumando.

                            Ora, as mulheres sempre preferiram tomar vinho e a razão inconsciente disso é que ele é ácido, servindo para impedir a formação das placas. Mas agora, por imitação, para agradar aos homens e depois por gosto, estão bebendo cerveja (que não pode ser misturada com vinho sob pena de graves bebedeiras), por um lado engordando muito e por outro ficando menos defendidas.

                            Já nos EUA pode ser que eles nem tomem vinagre, nem vinho, nem azeite, nem iogurte suficiente, o que deveriam começar a fazer.

                            Como eu disse ao médico, a questão é de começar as pesquisas A PARTIR DO EXISTENTE, isto é, com duplo controle em duas modalidades: 1) das sociedades em que as pessoas tomam tal ou qual produto em profusão procurar saber se têm doenças cardíacas e câncer; 2) no laboratório submeter por anos pessoas propensas a desenvolver essas doenças a dietas ricas nesses produtos, alternativamente e em conjunto, dois a dois e três a três.

                            Em poucos anos teremos desenvolvido uma defesa à custa de alimentos já consumidos nas mesas, e muito baratos, teremos criado o hospital preventivo no lar. Os médicos, os hospitais e as indústrias voltadas para a cura cara que se dirijam a outras atividades.

                            Vitória, quarta-feira, 06 de agosto de 2003.

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