terça-feira, 21 de março de 2017


Como Era Bom o Meu Burguês...

 

                            Os burgueses se têm na conta de beneméritos da humanidade, pois dizem “criar empregos” como se pudessem ter seus lucros extorsivos através da mais-valia sem criar os postos de trabalho. Dizem pagar impostos - quando tudo deságua nos lucros e perdas, enquanto tributos de pessoas jurídicas (grupos e empresas), e nas deduções de imposto de renda, enquanto tributos de pessoas físicas (indivíduos e famílias) – que na realidade são integralmente pagos pelo povo.

                            É trágico, mas a gente pode aproveitar para rir.

                            Nesse sentido seria muito conveniente algum pesquisador juntar-se a um grande escritor que dê o tom de sátira ao levantamento do maior número possível de visões distorcidas da burguesia e das elites em geral, que com eufemismos e vários artifícios racionalizadores vão se vendo como mecenas (que dão o que é dos outros, o IR deduzido, com permissão do Escritório do Capital, o Governo geral) ou como distintos beneméritos.

                            Através da geo-história das quase 220 nações, como as elites se viram? Como se enxergaram? Como procuraram mascarar o fato de que são extratores impiedosos do labor (operários, intelectuais, financistas, militares e burocratas) alheio? Como se justificaram perante os seres humanos e Deus? Quem foram esses racionalizadores, eles mesmos ou os intelectuais orgânicos com eles? Quão espertas foram essas racionalizações? Quão profundamente eles se alienaram para creditar nisso?

                            Como propagaram socialmente esses artifícios? Quanto os trabalhadores, a classe que lhe é oposta/complementar, acreditou nas mentiras? Como as tecnartes (são 22, as até agoraqui listadas) se associaram para administrar essa necessidade?

                            Vitória, quarta-feira, 08 de outubro de 2003.

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