domingo, 26 de março de 2017


As Guerras da Bolívia

 

                            A Bolívia é um dos 13 territórios da América do Sul (12 países e uma possessão francesa), tem área de 1.098.581 km2 (24,1 vezes os 45.597 km2 do Espírito Santo), população em 2001 de 8,5 milhões (umas 2,6 vezes a do ES), segundo o Almanaque Abril 2002, PIB em 1999 de apenas US$ 8,5 bilhões, um dos países mais pobres das Américas, talvez em 1/3 dependente da venda de gás ao Brasil.

                            Alcançou em 1825 a independência sob liderança de Simón Bolívar (José Antonio de la Santíssima Trinidad Simón Bolívar y Palacios, venezuelano, 1783 a 1830) e Antonio José de Sucre (venezuelano, 1795 a 1830), recebendo o nome em homenagem ao primeiro. Desde então quase não tem havido um ano em que aconteça uma “revolução”, quer dizer, um golpe de Estado.

                            COMPOSIÇÃO ÉTNICA DA POPULAÇÃO

TIPO
%
Quíchua
30
Aimarás
25
Mestiços
15
Descendentes Europeus
15
Outros
15
NÃO-BRANCOS
85

                            A Bolívia é o mais não-branco Estado das Américas e a verdadeira revolução deveria começar por ali. Não aquela que Che Guevara (Ernesto, argentino, 1928 a 1966, admirado revolucionário cubano) queria, mas a de contrabalançar o domínio branco com a presença indígena ou nativa americana, como se diz agora, fundando o primeiro Estado Nativamericano, digamos assim, onde se realizaria depois o Congresso NA que pedi no Livro 45 (artigo Congresso Nativo Americano), ali se situando as instalações da futura federação da confederação das Américas.

                            Veja que, ao contrário do que dizem, os bolivianos são muito aguerridos e dão trabalho aos 15 % de brancos, não mestiçados (mas juntando-se aos 15 % de “outros” e 15 % de mestiços fazem pesar a balança, de modo que não devem ser desprezados, pelo contrário, podem ser excepcionais conselheiros), constituindo-se porisso mesmo uma promessa real.

                            A Bolívia poderia então contaminar os estados onde os incas e antes deles os quíchuas e os aimarás estiveram presentes, como Peru, Paraguai, Equador, norte do Chile, parte da Colômbia, constituindo-se um núcleo ideologicamente forte, junto com as regiões da América Central e México, que fica na América do Norte, e onde os maias, astecas e outros povos estiveram.

                            Não se trata de saudosismo nem de fazer voltar os ponteiros, mas apenas de dar representatividade a que não tem podido falar. Não queremos também o retorno aos bárbaros comportamentos anticristãos daqueles povos, pois eram errados mesmo, nem a recuperação falsa de rituais bobocas, que só fazem menores os que os praticam na atualidade.

                            Entrementes, veja só, as guerras da Bolívia não são nem devem ser motivo de chacota. Elas constituem um índice poderoso de futuro.

                            Vitória, domingo, 19 de outubro de 2003.

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