sábado, 25 de março de 2017


As Experiências do Super-Homem

 

                            Para tornar o personagem interessante e manter presas as platéias dos quadrinhos os autores e sucessores foram recheando-o de supercapacidades cada vez mais espantosas. Entre outras coisas asseguraram de passagem que ele não dorme, ainda que algumas vezes seja visto na cama. Como não sabemos se o Super-Homem vive muito ou pouco (embora a vida dele pareça de duração normal, pois envelhece – mas isso não está definitivamente determinado), fica que essas oito horas noturnas que dedicamos ao sono e sonhos devem ser usadas de outro modo.

                            O que ele faz enquanto todos estão dormindo?

                            Isso pode render um filme piloto e série.

                            Mais longe que isso, podemos perguntar o que o SH faz para se divertir, pois são superdiversões, e devem ser muito curiosas, mesmo, podendo ocupar muitos escritores criativos, porque na nova versão que quero introduzir ele não é apenas de corpo superpoderoso, mas também de mente superpoderosa. O que se faz REALMENTE quando tudo ou quase tudo está fechado? Passaria o SH as horas nos bares 24 horas? Lendo gibis? Lendo enciclopédias e dicionários? Visitando vulcões? Assistindo os canais pagos de todas as TV’s oferecidas? Podemos especular à vontade, pois é personagem que pode ser dilatado quanto se queira. Será que toma banho em leitos de lava? Se refresca em tufões? Conversa com as marmotas no fundo da terra? Como são 8 horas diárias, num ano temos 365,25 x 8 = 2.922 horas, o que é uma imensidade, visto que as horas noturnas parecem não passar. E isso ano após ano, desde a mais remota infância, por duas décadas até a maioridade, quase 30 mil horas, mais de 700 dias inteiros. Coisas do arco da velha ele deve ter visto e experimentado. Pois a vida dos super-heróis deve ser uma supervida, é ou não é?

                            Vitória, quarta-feira, 15 de outubro de 2003.

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