As Dores de Deus
Se Natureza/Deus,
Ela/Ele, ELI = ABBA = ALÁ é um par polar oposto/complementar viável, se segue
que como Natureza ou Deus, ou ambos, está em tudo e tem todas as experiências.
Se os seres humanos
sofrem dores, se Deus é onipotente (pode tudo), onisciente (tem consciência de
tudo), onividente (vê tudo), onipresente (está em tudo e em todos os lugares),
tem o Primeiro Poder (o de ressuscitar), então, entre outras coisas, sente
todas as dores, porque está em tudo e em todos, inclusive nos racionais e nos
irracionais que sentem dores. Conhece as dores mais profundamente que qualquer
racional. Sofreu e sofre, cada um com seu sinal de insuportabilidade
transcendida (no caso humano, a Cruz), em todos os mundos racionais libertados.
Só assim Deus
poderia medir todas as dores e considerá-las em sua medida exata, absoluta,
central, irredutível.
Pela definição de
Deus nada do que os seres humanos possam falar de dor possui mesmo qualquer
novidade DIMENSIONALMENTE, porque o livre-arbítrio sempre constrói trilhas
novas, em cada universo livre. Se a dor é asquerosa para os seres humanos,
muito mais chocante deve ser para Deus, e objeto de muito maior revolta – o que
é uma lembrança para aqueles que gostam de fazer os outros sofrerem dor (porque
os sádicos nunca são masoquistas, pois se fossem nunca atingiriam os outros,
dado que possuem um corpo logo encostadinho).
Embora devamos
entender que divinamente a dor da Cruz tenha sido fichinha, humanamente foi
extrema, excruciante, lancinante, aflitiva, desagregadora, como seria para
qualquer um. Discuti isso com uma professora aos 16 anos, antes de vir par
Vitória: se as dores de Cristo teriam sido verdadeiras ou não. Concluí que sim.
Vitória,
terça-feira, 07 de outubro de 2003.
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