A
Inauguração do Oriente e a Nação do Mao
No DramaFever comecei a assistir filme
sobre a aprendiz oriental de tradução que faz intercâmbio na Áustria: a
película não é nada fantástico, mas serve para racionar que os orientais (há
uma sequência de adesão deles, através de guerras, do que já falei: Índia com
os portugueses e depois a Inglaterra, Japão com os portugueses e depois os
americanos em 1868 e 1945, a China com os portugueses e depois em 1949, Taiwan na
fuga, a Coreia do Sul em 1953, o Vietnam em 1975, todos cristianizados mais ou
menos, quando não seja nos procedimentos políticadministrativos).
Os EUA impuseram ao Japão a constituição
democratizante em 1945 e a ocidentalização das roupas e de tudo, o que provocou
resistências (pensava que tinha sido espontâneo). Os outros seguiram, o que
vejo como muito bonito, essa adesão maciça à liberdade ocidental, aos produtos,
aos objetos, às ideias, aos processos e programas, ao gestual e o que mais –
foi uma grande doação deles, capacidade que não sei se o Ocidente teria. São
mais maleáveis, quando parece o contrário na rigidez formal e linguística.
Seria possível a alguém mapear todas as
transformações?
Historicamente criaram objetos lindos,
vestimentas muito elegantes, procedimentos de grande valor e mesmo assim
mergulharam de cabeça e emocionalmente nas liberdades que o Ocidente foi levar
como novidade (o que quer dizer, essencialmente, Cristo-Deus, aceitação plural
de algo que politicamente rejeitariam como sujeição inaceitável).
O Oriente todo tornou-se claro, luminoso, uns
mais que outros.
O Oriente foi reinaugurado, reaberto sob nova
gerência.
Achei muito tocante, iridescente, formoso
mesmo.
Parabéns por isso.
Quanto a Mao, ele mesmo foi uma pessoa
perversa, sem consideração por quem quer que seja, sua presença resultou na
morte de 70 milhões, dizem, imensa tragédia mundial. Entrementes, no que tange
à Revolução Cultural (Grande Revolução Cultural Proletária, a partir de 1966 –
cultura é nação, civilização), quando castigou barbaramente os intelectuais, de
início (quando parecia apenas mudança de modos, sem tortura e sem covardias)
aplaudi, pois tirava o ranço e as teias de aranha da antiguidade impeditiva da
China, toda aquela veneração pelo arcaico, o obsoleto que amarrava braços e
pernas nacionais.
Provocado o corte, o que vemos agora é uma
China liberta que se projeta para frente. Até do Mao, Deus tira o bem. A China
é agora dos jovens, da liberdade, daquela emoção não-ancestral antiquada,
atrasada. E os jovens virão maciçamente ao Ocidente ver, ouvir, sentir,
cheirar.
Bom, muito bom, excelente, há aí um gancho
para a união planetária.
Vitória, quarta-feira, 22 de março de 2017.
GAVA.
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