terça-feira, 21 de fevereiro de 2017


Uma Lente Esquisita

 

                            Na Scientific American ano I, nº 12, maio/2003, p. 58, está escrito: ”A proposta de Chen levou ao estabelecimento da colaboração científica SNO e ao final, à criação do detector SNO. As mil toneladas de água pesada são contidas num vaso de acrílico transparente de 12 metros de diâmetro. A água pesada é observada por mais de 9.500 tubos fotomultiplicadores presos a uma esfera geodésica de 18 metros de diâmetro. Cada tubo é capaz de detectar um único fóton de luz. A estrutura inteira é submersa em água ordinária ultrapura que enche uma cavidade escavada na rocha a 2 mil metros abaixo da superfície”.

                            Pense no Canadá, procure no mapa um lugar chamado Sudbury, lá essa caverna, dois mil metros para baixo aquela construção, com todas as especificações. Repare que lente diferente pode ser essa para olhar o interior do Sol. Na realidade é mais esquisito que isso, ainda, porque se tratam de PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) empenhadas em AMBIENTES (municípios, estados, nações e mundo – a Terra), depois de uma evolução físico/química de 15 bilhões de anos, dos quais evolução biológica/p.2 de 3,8 bilhões de anos, de psicológica/p.3 humana de vários milhões de anos, de civilização de 10 mil anos, até chegarmos a essa profundidade de visão.

                            As coisas que a humanidade está fazendo hoje em dia ultrapassam em muito a capacidade individual de visualizar. É impressionante, mesmo, mas é quase nada diante do futuro, porque nem nasceu ainda a Informática/p.4, o reino dos seres-novos. Quando leio as notícias de tudo que vem sendo feito fico admiradíssimo, porém isso não é senão uma tintura das possibilidades.
                            Vitória, quinta-feira, 29 de maio de 2003.

Nenhum comentário:

Postar um comentário