terça-feira, 21 de fevereiro de 2017


Um Grande Projeto Educacional

 

                            Nosso amigo PACOS disse que 50 % das receitas do Estado deveriam ir para a Educação geral, com o que concordo plenamente. João Calmon, senador pelo ES durante vários períodos de 8 anos (creio que quatro, 32 anos, passou na constituição federal 25 % das verbas para a educação. Quando isso finalmente aconteceu o que se viu foram prefeitos empregando o dinheiro DE QUALQUER JEITO, inclusive comprando aqueles ônibus bicudos dos EUA, que já haviam caducado como projeto no Brasil há 80 anos. SÓ PARA GASTAR O DINHEIRO compraram aqueles ônibus ou alugaram outros para trazer alunos da roça, do campo, em lugar de construir lá escolas. Enfim, se tratava de não deixar sobrar um centavo no caixa da educação.

                            Quando desejei maiores salários para o Fisco estadual capixaba, como forma de romper em algum ponto a cadeia do vício, APRESENTEI PROJETOS de engrandecimento do Estado e das burguesias, porque se trata primordialmente DE VENCER RESISTÊNCIAS DAS ELITES. Elas querem saber com que retornos palpáveis estão deixando vazar o dinheiro do qual se apossariam com suas várias tramóias. É para um BOM PROPÓSITO (de enriquecimento maior e mais rápido), com amplos retornos para elas?

                            Tudo se encaminha para a apresentação de projeto, de programa, de um novo paradigma que vença os atrasos mentais, FAZENDO PROMESSAS. Os ricos não ficaram ricos acreditando em qualquer promessa. Se ela não traz logo em seguida retorno substancial, é rapidamente descartada, e as notícias correm. Porisso os projetos podem ser muito pequenos (microprojetos), pequenos, médios, grandes e muito grandes (gigantescos). Uma nação tão vasta quanto o Brasil em passado, presente e futuro, em espaço, em produção, não pode ter um projeto sequer apenas grande, deve ser um superprojeto mesmo.

                            Pergunte-se o que fazem os educadores: eles apresentam algum projeto suficientemente grande às elites? Não, de jeito nenhum, ficam apenas reclamando a falta de verbas, ao que os governos e as elites respondem que os professores são em grande número. Mas EM TODA PARTE OS PROFESSORES SÃO EM GRANDE NÚMERO. Tem de ser, porque existe grande quantidade de alunos. O embaraço e o impedimento não vêm daí, vem de que os educadores, os pedagogos, os professores, os diretores, toda a gente envolvida com Educação não tem grandeza de visão.

                            Como os projetos não são agigantados, as verbas tendem a permanecer minúsculas, micrométricas, passando rentes ao mínimo remorso perante os poderes internacionais e internos.

                            Vitória, sexta-feira, 23 de maio de 2003.

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