Tomando o Hume Errado
Ainda no livro de
Richard Tarnas, p. 365, temos:
“Em termos da
fundamental distinção de Platão entre ‘conhecimento’ (da realidade) e a
‘opinião’ (sobre as aparências), para Hume todo conhecimento humano deve ser
considerado opinião”.
Sempre digo que
temos opiniões, expressas honestamente quando as pessoas dizem “eu acho”; pois
se o indutivismo é incorreto, disso se depreende que não podemos mesmo saber a
totalidade das coisas, EXCETO UM, que seria Deus, o duplo Natureza/a-Natureza,
que ao mergulhar no poço não-finito rumo à Tela Final completa o Conhecimento
(Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia, Ideologia, Ciência/Técnica e
Matemática) geral.
Todos os demais
racionais, não. Então, PARA TODOS, exceto esse Um, tudo é mesmo opinião, o que
deveríamos humildemente reconhecer como sendo aquela tal “douta ignorância”.
Daí que, de fato, TODO CONHECIMENTO HUMANO deve ser considerado opinião e neste
sentido eu apoiaria Hume. O erro premente dele está em que, se assim
procedermos, se frisarmos excessivamente a questão das opiniões humanas,
resultará daí que tudo parecerá frouxo demais. Há uma progressividade, um
crescimento exponencial da certeza, ainda que ela nunca se torne total, exceto
para aquele Um.
De fato, tudo que é humano é opinião, sem certeza alguma, mas há
CRESCENTE CONVICÇÃO e é importante frisar isso. Devemos intimamente reconhecer
que há sempre incerteza, de forma que tenhamos presente que tudo que dizemos
não passa de opinião, mas ao mesmo tempo prosseguir na trilha desse
convencimento progressivo.
Porisso digo que o
rumo de Hume é errado, pois não faz reparo; faz parecer que o ser humano é
“errado”, e não é: era opinião quando estava 90 % errado, era-o quando estava
35 %, é e será sempre, mas com crescente certeza.
Vitória,
quarta-feira, 14 de maio de 2003.
Nenhum comentário:
Postar um comentário