Rebelde sem Causa
No filme traduzido
no Brasil como Juventude Transviada
(Rebelde Without a Cause, Rebelde sem Causa), com James Dean (virou mito:
americano, 1931 a 1955, fez somente três filmes e morreu com apenas 24 anos de
idade, mas tornou-se lenda), Natalie Woods e outros, foi lançada essa
composição esquisita, dizendo existir rebeldes sem causa.
Vejamos que as
PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e os AMBIENTES
(municípios/cidades, estados, nações em mundo) SEMPRE têm uma causa, porque não
pode haver identidade sem vontade. Tudo que na pontescada tecnocientífica, em
particular na pontescada científica (Física/Química, Biologia/p.2,
Psicologia/p.3, Informática/p.4, Cosmologia/p.5, Dialógica/p.6), ultrapassou os
dois pares iniciais já é vontade explicitada. Não pode haver ser ou ente sem
vontade; dizer ente ou ser é dizer justamente vontade que o move.
Causa, neste
sentido, remete a objetivo: meta ou destino. Não é como causa que antecede o
feito, causa do fato, pelo contrário, indica sucessão. Sendo objetivo da
psique, naturalmente não pode haver REBELDE SEM OBJETIVO ou REBELDE SEM META ou
REBELDE SEM VONTADE, razão pela qual não pode haver rebelde sem causa.
Contudo, idealizado
James Dean pelos homossexuais, pelos repórteres, pelos críticos e pela própria
ausência de causas mais amplas e generosas com a humanidade, o culto à
personalidade fez do filme oportunidade de, pela ausência, firmar
pseudo-sabedoria, que se retrata numa frase sem qualquer conteúdo de
possibilidade, um enunciado vazio, como teto máximo, sair para fora, entrar
para dentro, piso mínimo.
Toda pessoa, seja
rebelde ou não, tem sempre uma causa.
Isso porque todos
têm um objetivo, nem que seja o de fingir não terem objetivo algum, como os que
dizem não serem políticos – não se pode não ser político, pois política é
vontade de controlar e existir é justamente exercício permanente do ato de
controlar.
Vitória,
terça-feira, 13 de maio de 2003.
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