Propaganda de Si
Minha vida inteira
vi e ouvi as pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas) fazendo
propaganda de si, especialmente na adolescência, quando os homens estamos
cantando as mulheres, na coorte sexual tradicional e às vezes muito inventiva.
Bom, isso não seria
motivo para uma matéria, mas o estudo comparado dos métodos, sim, e o alcance
das promessas enquanto resultados mais ainda. O que as promessas conseguem
obter, o mais das vezes com as mais deslavadas mentiras (a ponto de o iluminado
Luís Fernando Veríssimo ter escrito o livro As Mentiras que os Homens Contam)?
E seria
definitivamente mais interessante comparar essa criatividade e as mentiras que
em geral lhe estão associadas com as técnicas e artes da Propaganda, vendo a
esta como sucesso profissional, artificial, das mentiras, e a propaganda de si
como NATURAL TENDÊNCIA à absorção do alheio mediante avultamento real ou
fictício de presumidas capacidades. Perguntando de outro modo: como é que as
pessoas assumem essa capacitação crescente de fazer das falsificações meio de
tomar vida e produção alheia (seja o corpomente produzido pelas mulheres – que
respondem com simulações variadas, inclusive camuflagem, como já disse -, seja
qualquer artifício)? O que na fita geral de herança socioeconômica é
transmissão, é admissão, é estimulação, é aceitação das mentiras e das
propagandas de si?
Saber sobre essa
técnica sociológica é importante, PORQUE aprenderemos a ver quanto, da
totalidade, é devido a embustes e autopromoção.
Quão mentirosa é
nossa coletividade? Quão propagandística é?
Vitória,
quinta-feira, 22 de maio de 2003.
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