terça-feira, 21 de fevereiro de 2017


Pitágoras

 

                            Como base o livro de Mário Ferreira dos Santos, Pitágoras e o Tema do Número, São Paulo, IBRASA, 2000, nas páginas citadas.

·        A SIMETRIA DOS PARES (p.162): “Cosmos, para Pitágoras, que foi o primeiro a usar este termo para indicar o universo, vem do verbo Kosmein, que significa organizar, e se opõe a Khaos, o que ainda não foi ordenado”. Veja que na Rede Cognata (q.v. Rede e Grade Signalíticas, Livro 2), caos = COSMOS = ORDEM, se caos é escrito apenas com C; mas como está no grego seria KH = CH = S, portanto, chaos = SOM. Pitágoras põe até aqui os pares de opostos/complementares, mas não a sua complementaridade em soma zero, tal como está no modelo e na conservação dos números (digamos, a conservação da energia). Mais adiante: “Nunca Pitágoras afirmou a perfeição absoluta do universo, mas, sim, a harmonização dinâmica, e não estática, a perfectibilização vial do Cosmos; ou seja, que a perfectibilização é um estágio que perdura no fluir, mas que, por sua vez, flui num suceder mais lento, mas que revela uma acordância entre os discordantes, uma simetria entre opostos, uma simetria que implica sempre opostos analogados, porque a harmonização implica algo ao qual se harmonizam os pares (pois o par é a multiplicidade; e os muitos podem ser considerados como analogados aos pares de contrários)”, negrito e colorido meus, itálicos no original. Note que ele diz, como quase todos até antes do modelo, PARES DE CONTRÁRIOS e não de opostos/complementares. Por outro lado, aqui ele já consigna a paridade real, a simetria, que no modelo é incompleta, um lado se fazendo à custa do outro. Como muitos = ESTUDOS = MODELOS, etc., analogados = SEPARADOS, etc., aos = 0/0.S = EM “e os muitos (...)” = E OS MODELOS PODEM SER SEPARADOS EM PARES DE CONTRÁRIOS ou PARES DE CENTROS, raios de um mesmo diâmetro.

·        A NORMALIZAÇÃO DOS PARES (p. 162): “A harmonia é a ‘unidade do múltiplo e a acordância do discordante’, o que é manifesto em toda parte. Assim, o universo é harmônico, porque nele vemos o discordante acordar-se em uma norma que predomina. Não é o universo um feixe de perfeições absolutas secundun quid, mas um feixe de discordâncias que se acordam; é a multiplicidade pré-harmônica que se harmoniza”. Veja que discordante = DISTANTE = DESCRENTE, etc., acordância = BRANCO = TEXTO, etc., unidade = PIRÂMIDE = PISTA = HARMÔNICO, etc., harmonia = PI = CHAVE, etc. assim, além das opiniões de Pitágoras, que poderiam ser as de quaisquer uns, há a fala por trás dela. Em todo caso ele parte do discordante para o acordante, do distante para a compreensão, enquanto o modelo diz que o movimento é duplo: se a bandidagem for expulsa do Brasil era irá para outro lugar.

·        TRÍADES, p. 163: “Exige, ainda, a harmonia que os contrários tenham, além de um logos contrário, ou pelo menos, distinto, que os elementos componentes de um dos pares de contrários, analoguem-se entre si, ou que tenham, em certo aspecto, um logos que os identifique (...)”. Como elementos = MODELOS, etc., logos = DEUS = DUPLO = DOIS, etc., podemos ver que por DOIS (já que ele havia nitidamente identificado O PAR DE CONTRÁRIOS) ele entende o terceiro elemento que resolve o par, OS DOIS, como no modelo. E esse “analogar-se” é o prenúncio da dialética racional do Ocidente, par daquela outra, emocional, do Oriente, que se apresenta quase na mesma época no TAO de Lao Tse.

Em resumo, Pitágoras não era nada simples. Pelo contrário, era um prenunciador do modelo, e aqui, como na questão da Matrix Pitagórica, da qual falei de passagem, foi um precursor. Se tivéssemos seguido o caminho dos números poderíamos ter percebido o Desenho de Mundo ou Plano da Criação há muito mais tempo, talvez dois mil anos mais cedo (embora com a exclusão de tantos, o que teria sido pernicioso). Do mesmo modo, o discurso filosófico de Pitágoras com relação aos pares de opostos/complementares e à lógica-dialética ou dialógica implícita das tríades, as soluções centrais dos pares, como no modelo.

Eis esse novo Pitágoras que podemos re-ver em sua grandeza implícita e tão mais admirável quanto aconteceu muito cedo.

Vitória, sexta-feira, 30 de maio de 2003.

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