Ocam
Guilherme de Ocam
era inglês, 1285 a 1349, 64 anos entre datas.
Algumas citações
comentadas de Richard Tarnas, A Epopéia do Pensamento Ocidental, Rio de
Janeiro, Bertrand Brasil, 1999:
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A LIMPEZA DE OCCAN, p. 226: “Era expressamente negada
uma ordem separada e independente de realidade povoada por universalidades.
Assim, Ockham passava a eliminar o último vestígio das Formas platônicas no
pensamento escolástico: somente o particular existia; qualquer referência a
universalidades reais, fossem elas transcendentes ou imanentes, era falsa”. Sinto
dizer a Occan que há matéria = ENERGIA e há a amatéria, a não-matéria, o
insubstancial. Se não houvesse universalidades, como reconheceríamos as casas
sobre o único exemplo de casa, a casa particular? Claro que esta existe:
podemos ver sua casa, minha casa, a cada de Pedro, mas remanesce nelas todas,
com diferentes conformações, um núcleo insubstancial, que é a Casa, o universal
das casas. Uma abstração dos particulares pela qual podemos reconhecer em todos
os particulares o geral, o conjunto, a classe. Ambos existem. Mas, tendo
forçado naquele instante, Occan conseguiu produzir uma limpeza na mente das
pessoas, válida enquanto não se pudesse raciocinar melhor.
·
AFIANDO A NAVALHA, p. 226: “Tantas vezes e com tal força
Ockham utilizou o princípio filosófico que dizia que ‘as entidades não se multiplicam além da
necessidade’ (...), que o princípio veio a ser conhecido como ‘a
navalha de Ockham’”, negrito e colorido meus. Ora, poderíamos dizer que toda
multiplicação é necessidade, isto é, objeto de desejo de quem a proclamar, ou
seja, se um produz quatro e outro, 62 entidades, daria no mesmo, porque cada um
sentiu a necessidade. Assim, a “necessidade” de Occan seria ADEQUAÇÃO, o que é
adequado? A quem? Ao maior dos conhecimentos, aquele de Deus,
Natureza/Anatureza, postado na Tela Final, com a Teoria de Tudo, Mesmo, TTM.
Esse só pode ser o mais abstrato de todos, que reduz todos os reais à sua
simplificar formular máxima, obtendo o máximo de explicação do mínimo de apresentação,
o que depende exatamente das universalidades negadas por Occan. Entrementes, a
Navalha é muito útil PORQUE força vigilância dos nossos atos de ir expandindo
externamente, ou seja, compromissa os agentes uns com os outros e o respeito
mútuo, de ninguém ir colocando mais e mais categorias, de modo que num
determinado instante (como hoje em dia, antes do modelo) há uma quantidade
insuportavelmente divergente delas. Quer dizer, as pessoas se contém, em nome
do coletivo e da convivência racional.
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AS CRIATURAS E AS IDÉIAS, p. 226:
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