Mascate
Aparece uma nave
espacial alienígena moderníssima e enorme próxima do planeta Terra e depois do
susto inicial, começando o diálogo, os aliens iniciam a venda de um monte de
coisas avançadíssimas, de aparelhos de antigravidade a holotelevisores, vacinas
gerais, robôs, fábricas automatizadas, escavadores de profundidade,
dessalinizadores, tudo que nós humanos ainda não sabemos fazer, como geradores
nucleares de fusão, programas que nunca, jamais dão defeito, decodificadores
instantâneos de todo os genomas de todas as criaturas da Terra, conversores
solares eficientíssimos, xeno-dicionarienciclopédicos lindíssimos, enfim infinitos
artigos em troca de coisas terrestres que temos em abundância.
As pessoas ficam
felicíssimas, claro, imaginando tratar-se de criaturas muito boas, que zelam
pela felicidade humana, deuses benévolos que vem em nosso socorro com a última
palavra da tecnociência.
Eles vão embora, com
o agradecimento devotado de toda a humanidade, arrancada da pregressa idade das
trevas, podendo enfim saltar um degrau na escalada da evolução, quando pouco
depois aparece outra nave incomensuravelmente mais bonita e perfeita, com as
criaturas revelando-se como policiais que caçam bandidos que enganam os
roceiros vendendo tralhas e bugigangas, tudo ultrapassado e caduco, coisas de
museu.
Isso recolocará o
relativismo cultural de Jonathan Swift, em Gulliver (Dublin, Irlanda, 1667 a
1745, 78 anos entre datas), em termos espaciais. O universo é vasto, rico,
poderoso além da imaginação humana.
Vitória, domingo, 01
de junho de 2003.
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