Lendo FC
Como já disse, a FC
(ficção científica, na realidade FT, ficção tecnológica, porque só os
cientistas fazem FC) poderia ser a melhor das prosas, posta em mãos
competentes, porque por princípio deve reinventar TODA A PSICOLOGIA (reinvenção
das figuras ou psicanálises, reinvenção dos objetivos ou psico-sínteses,
reinvenção das produções ou economias, reinvenção das organizações ou
sociologias, reinvenção dos espaçotempos ou geo-histórias), vá ler os textos em
que investiguei isso. Não é como na prosa ordinária, em que tudo está mais ou
menos pronto em nossas cabeças e só deve ser rearranjado para que vejamos os
novos cenários particulares em que ocorrerão as tramas.
Na FC até 100 % de
tudo deve ser reinventado. Poderíamos até ver a qualidade dela nesse quesito, a
saber, quanto foi reinventado. Poderíamos dizer de FC-10, em que 10 % tenham
sido reinventados, até FC muito mais densas em que 90 % tivessem sido
reestruturados.
Em todo caso tenho
aí uns 600 livros de FC e li quase todos, exceto os intragáveis. Não me deixei
tocar pelo preconceito dos sábios de plantão, aqueles que julgam a FC gênero
menor. De fato, perderam tempo, porque poderiam ter feito coisas formidáveis,
alucinantes em sua perfeição e potência, obras primas que permaneceriam para sempre.
Poucos que saíram no Brasil até certa época não terei comprado, além dos de
Portugal; revistas; álbuns, tudo mesmo, até os magazines que vieram com o nome
de Isaac Asimov. Vi filmes, séries, tudo mesmo.
Diverti-me
extraordinariamente, ri à beça, minha consciência expandiu-se em todas as
direções e sentidos. Passo os livros aos meus filhos, que também aproveitam à
vontade em memoráveis leituras.
Creio que faltam
livros de FC, mais gente deveria se dedicar a eles; faltam traduções
brasileiras de todos os países do mundo, das obras mais significativas. Falta
gente se empenhando, falta ensinaprendizado nas escolas. Falta ainda muita
coisa. Falta a dignificação do gênero, de preferência os otários saindo da
frente e parando de falar besteira.
Boas horas de
leitura nos dão esses livros. Hoje estou relendo-os, por prazer e para
comentá-los. Toda civilização que se pretenda tecnocientífica e de ponta, de
primeiro mundo, deve implementar o gênero.
Vitória, domingo, 08
de junho de 2003.
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