Kaio Murath
Nunca tinha ouvido
falar, mas consta da Conhecer (São
Paulo, Abril, 1967), Dicionário
Enciclopédico, p. 403, que esse Kaio Murath (leríamos agora como Caio
Murad) inventou na Pérsia, em 3700 a.C. uma roca rudimentar, sendo um dos
primeiros “inventores malucos”, como são chamados no Brasil, terra de
civilização de fundo português que despreza o trabalho, porque as elites vivem
dos esforços alheios.
E lá,
longinquamente, há 5,7 mil anos, um camarada qualquer se sentou e pensou em
utilidade para outrem. Isso foi antes da invenção da escrita, que se deu na
Suméria lá por 5,5 mil anos atrás, por volta de 3,5 mil antes de Cristo. Apenas
em 2700 a.C. é que Tsang-chie inventou na China o pincel para escrever.
Evidentemente ninguém comemora isso como um ato de libertação e o conjunto das
invenções como um dos índices mais importantes de humanização, especialmente no
Brasil.
Fora daqui as
invenções são reconhecidas e aplaudidas, rendendo milhões aos seus autores, ao
passo que no Brasil todos, empresas e governos, educadores e gente comum tratam
de zombar e apelidar de asneira a dedicação dos inventores, prometeus que
continuam acorrentados aos preconceitos brasileiros.
Creio que já passou
da hora de dar a várias medalhas o nome desses distintos inventores do passado
remoto, onde quer que eles tenham existido.
Vitória,
sexta-feira, 16 de maio de 2003.
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