quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017


Esse Superpoder Americano

 

                            Quando houve em 2001 a crise de energia o Brasil anunciou a construção de 1.250 usinas novas, pelo menos enquanto declaração, como se sabe sem compromisso algum, é apenas propaganda, em nosso caso; os EUA falaram na construção de CINQUENTA MIL processadores ou montadores novos de energia, média de mil para cada estado de lá, é o que miravam.

                            Veja que os EUA tinham 285,9 milhões de habitantes em 2001, quando o Brasil estava com 169,6 milhões em 2000, proporção de 1,7/1; para uma renda lá de 9,15 trilhões de dólares em 1999, enquanto a do Brasil chegava (nominalmente, na realidade é muito mais, contemos o dobro) a menos de 600 bilhões, 1/15 daquela. Assim, multiplicando os dois índices, teríamos 15x1,7 = 26, aproximadamente, mas 50.000/1.250 = 40, de modo que 40/26 é igual a mais de 50 % a mais. Contudo, se contarmos o dobro de renda, a quantidade brasileira seria proporcionalmente maior.

                            Em termos proporcionais o esforço brasileiro, se cumprido efetivamente, teria sido maior. Entrementes, em termos absolutos PENSE no que é construir CINQUENTA MIL usinas de todos os tipos e estilos: ainda sobram 48,75 mil em relação ao Brasil. Isso é qualquer coisa incompreensível. Não houve, evidentemente, nenhum poder como o americano no mundo.

                            Acontece que não avaliamos mesmo esse poder terminalmente. É como o infinito ou números muitos grandes, que somos incapazes de visualizar. Falta essa avaliação, falta essa configuração real, bem-feita, por um grupo de acadêmicos competentes, que mostre o distanciamento que os EUA (NAFTA) e a Europa dos 15 estão conseguindo em relação a todo o resto do mundo, inclusive Japão, menos a China, que prospera rapidamente, a ponto de ultrapassar em muito os dois trilhões de dólares agora.

                            Falta isso.

                            E faltar isso já é faltar muito. É denúncia grave de incompetência.

                            Vitória, segunda-feira, 02 de junho de 2003.

Nenhum comentário:

Postar um comentário