Cerealização da
Humanidade
Olhando o mesmo
livro Atlas de História do Mundo, p.
38, podemos ver que as civilizações surgiram nas Américas onde o milho era
cultivado no México e no Peru, na Ásia onde o arroz foi difundido e do
Crescente Fértil para dentro da Ásia onde o trigo se espalhou. Onde a opção
eram a caça, a pesca (outro gênero de caça), a colheita de frutas, o pastoreio,
a pecuária de leite e corte, meramente, as comunidades humanas não foram
adiante, pelo contrário, se tornaram tributárias daquelas.
Propriedade mágica
não é, deve derivar de alguma vantagem nítida dos cereais em relação aos demais
elementos.
Essa vantagem deve
dizer respeito à extrema multiplicação das sementes dos cereais (trigo, arroz,
centeio, cevada, aveia, milho, sorgo), cada uma produzindo uma infinidade numa
espiga, um grande número delas, que no próximo plantio pode disseminar-se numa
área grande, depois no seguinte gigantesca, aos poucos ocupando países
inteiros. É uma verdadeira praga, vendo pelo lado das demais plantas,
principalmente quando associada a um multiplicador correlato como o humano, que
é outro vírus. O potencial conjunto é fora do comum. Rapidamente áreas
fantásticas são ocupadas, desde que haja liberação de competidores, e
irrigação, o que o ser humano aprendeu logo a fazer.
O resultado palpável
é o excedente, a sobra, ilimitadas quantidades de alimentos com relativamente
pouco esforço. Que seria do 1,3 bilhão de seres humanos na China não fosse o
arroz? E não só lá, em toda a Ásia.
Em resumo, o que houve
é uma cerealização progressiva da humanidade. O crescimento humano,
especialmente da civilização, não é uma dádiva do Nilo, porque ele é local,
existe só no Egito, mas dos cereais, que estão agora em toda parte.
Vitória,
segunda-feira, 02 de junho de 2003.
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