Gabriel me perguntou
sobre as pessoas que escrevem em jornais. Coloco isso por dois motivos: 1) as
pessoas têm oportunidade de conversar com os filhos, chance que não devem
perder; 2) isso é oportunidade de aprendizado próprio.
Bem, tais páginas
vêm de duas fontes: a) os articulistas, profissionais pagos para escrever, e b)
os colaboradores, amadores que escrevem de graça, por prazer, pela oportunidade
de dizer algo que seja útil a todos e a cada um ou só por desejarem aparecer
para mostrar aos parentes e amigos. Como coloquei no artigo deste Livro 21, Jornal de Articulistas, os articulistas
poderiam ter um jornal de poucas páginas, compacto, mais como se fosse um livro
grande, metade do tamanho de um tablóide (que é metade do tamanho de um jornal
comum), portanto um quarto das dimensões usuais, que poderíamos carregar com
facilidade.
Quanto aos
colaboradores, há gente de todo tipo, colocável numa escala de valores, desde
os que pesquisam antes de escrever aos que apenas transcrevem suas opiniões e
vontades.
Tanto num caso
quanto no outro são mal aproveitados, porque as bordas poderiam estar em cor
diferente, para a gente ir diretamente ao assunto, sendo o restante do jornal
quase todo desprezível. Quanto a essa página de articulistas e colaboradores,
profissionais e amadores deveriam ser separados, talvez aqueles colocados em
quadros, em molduras, para destacá-los. Ou em duas páginas separadas. Os
paginadores deveriam ser, em nome dos proprietários do veículo, mais imaginativos,
organizando a bagunça em favor dos leitores, cujo tempo é, presumidamente,
precioso, ainda mais que só as elites compram jornais (custando R$ 1,50 por dia
o exemplar, R$ 45 por mês, ¼ do salário mínimo, como esperar que o povo o
faça?). Objetividade seria o nome disso.
Os articulistas têm
a vantagem de escrever sobre pesquisas embasadas em suas reputações. Os
colaboradores estão colocados por vezes em postos de proeminência mundial,
nacional, estadual, municipal/urbana, empresarial ou grupal, ou institucional,
como universidades e institutos, falando de suas experiências. Enfim, essa
página (poderiam ser duas - o editorial, que representa a opinião do jornal,
estando estampado em outra parte, talvez na capa, num quadro) é
importantíssima, fundamental mesmo, merecendo muito maior atenção do jornal.
Vitória,
quinta-feira, 23 de janeiro de 2003.
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