sexta-feira, 23 de dezembro de 2016


Negóciografia

 

                            Existem as biografias: estudo das vidas das pessoas (fazem só de indivíduos, mas deveriam fazer também de famílias, grupos, empresas – PESSOAGRAFIAS, que são estudos psicológicos). Mais ainda, deveriam criar as AMBIENTEGRAFIAS: de municípios/cidades, de estados, de nações e do mundo. Claro que realizam estudos geo-históricos dos ambientes, o que é trivial há muitos séculos, mas isso não basta.

                            Entre as PESSOAGRAFIAS uma necessidade se destaca, qual seja a da criação das NEGÓCIOGRAFIAS, o estudo psicológico (psicanalítico ou das figuras, psico-sintético ou dos objetivos, econômico ou das produções, sociológico ou das organizações, e geo-histórico ou dos espaçotempos) das empresas.

                            Como surgiram e como desapareceram? Como evoluíram nesse ínterim? Que decisões certas e que decisões erradas tomaram, e por quê? Como foram atacadas e como foram ajudadas? Acercaram-se ou não dos governos e das facilidades relativas? Conspiraram? Sonegaram? Há muitas perguntas a fazer. E a utilidade das respostas é patente.

                            As negóciografias dividem-se segundo o corte produtivo ou as dimensões relativas: micro NG, pequenas NG, médias NG, grandes NG e gigantescas NG, coligadas às empresas desses portes, das microempresas às empresas gigantes. Nenhum estudo comparado prático & teórico, de desenvolvimento e de pesquisa dos fundamentos empresariais foi feito, o que pode render muitas teses de mestrado e doutorado sobre empresariamento comparado nos quatro mundos: primeiro, segundo, terceiro e quarto. Como as empresas se ligam às classes do labor ou quais são as ligações operárias, as ligações intelectuais, as ligações financistas, as ligações militares e as ligações burocráticas? E segue, conforme o modelo.

                            Livros mostram que há grande mortalidade infantil de empresas. Mostram também que firmas gigantes de cada era, supostas duráveis, sucumbiram às pressões. Das 10 maiores nos EUA de 100 anos passados só um ou duas permaneceram.

                            Que caminhos essas empresas seguiram? Elas são pessoas também, só não são indivíduos. Olhando-as podemos tirar muitas lições válidas. De fato, algumas negóciografias têm despontado, aqui e ali, mas isso é insuficiente. Precisamos de mais.

                            Vitória, sexta-feira, 09 de agosto de 2002.

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