Eu Rico
Por toda
minha vida insisti em não ter riquezas nem conta de poupança, por vários
motivos, dentre os quais os centrais são:
1)
Não participar da ganância de ter rendimentos
de aplicações à custa de outros;
2)
Não ter tanta oportunidade de sair de carro,
de viajar, de empregar o tempo em algo mais que pensar, ler, escrever,
conversar (o que tem faltado, pois as pessoas não aceitam o pensamento
divergente, não-concordante).
E há essa
polêmica quanto a ser rico, se há realmente dano na concentração de renda, a
GRANDE maioria, a quase totalidade acreditando que sim.
Já
identifiquei o mecanismo que propulsiona ou, do outro lado, impede ou antepara
o crescimento nacional, não sendo nada daquilo de Adam Smith e seus papagaios
repetidores. Tão simples quanto isto: o que favorece os ganhos populares
impulsiona a sócioeconomia, pois os miseráveis e os pobres gastam tudo, quase
não poupam, levando os ricos e médio-altos a produzir para se apossar, girando
e girando em círculo virtuoso.
Como em tudo
no MP, Modelo Pirâmide, a riqueza é
50/50: em 50 % a concentração atrapalha e em 50 % favorece, neste caso criando
as condições de investimento, além dos benefícios já citados da abastança
(proteção das matas, desenvolvimento de novidades e produtos, etc., vá seguir).
Imagine
minha situação, o que poderia ter feito se tivesse decidido seguir por aquele
caminho e agora tivesse (para falar de números “redondos”, com zeros, pois eles
não existem e podem ser quaisquer) 50 bilhões de dólares e 50 mil funcionários
diretos, outros 450 mil indiretos: como é que 500 mil trabalhadores, estando agregados,
poderiam ter sido prejudicados, se antes não tinham emprego e, se tinham, para
serem arrancados deles só o seriam por salários maiores? Além disso, meus 50
bilhões estariam em bancos ou parte aplicada em construções que demandariam
mais operários remunerados, com isso elevando a sócioeconomia.
Teria mil
produtos-patentes, empregando engenheiros para fazer, desenhistas para criar as
formas, competência desenvolvidas para criação dos produtos e assim por diante.
De fato,
essa coisa da riqueza precisa ser revista.
Há um lado
mau/mal (o mal é teórico, o mau é o praticante) e um lado bom/bem (aqui eles se
confundem, só Deus é bom/bem, como disse Jesus) na fortuna, que favorece o
crescimento. Parte do mal vem de que poucos decidem o que deve ser
desenvolvido. Por mais que a GE, General Electric, tenha um lado ruim, é certo
que desenvolveu produtos e estimulou outros a fazê-lo, tendo partido de Thomas
Alva Edison, que sozinho (em seu nome) acumulou 2.332 patentes no mundo, 1.093
nos EUA.
PATENTES DA GE
Estimulando
os demais a inventar.
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Forçando
os outros a pular.
|
Estimulando
a competição dos outros e a exponencialização a partir da inicial.
|
TI,
tecnologia da informação de outros.
|
Claro que
foi contra pagamento, muitas vezes régio, grande rendimento deles contra o
baixo aproveitamento nosso, mas como os índios teriam dado os saltos que deram
com o acoplamento se tivessem tido que desenvolver sozinhos? Teriam chegado
aonde a África chegou, mesmo pegando o bonde da ajuda a partir de 1500. Desde
3100 a.C. na Suméria e no Egito, africanos e americanos nativos pegam 4.600
anos de franco desenvolvimento mundial já pronto.
Como os
miseráveis e os pobres teriam podido desenvolver sozinhos os milhares de
aparelhos, instrumentos, programas, máquinas, produtos, instituições e
institutos, as sete mídias, as 22 tecnartes, os conhecimentos todos sem os
pagamentos e exigências dos ricos?
Como,
pergunto, eu classe média posso ser neste particular melhor que eu rico? É
certo que fiz de propósito, mantendo o que está à volta de mim em silêncio para
poder render pensamentos e escritos. Contudo, do outro lado teria desenvolvido
todas essas novidades (que seriam, é claro, não-divergentes em relação ao comum,
ao passo que na linha real introduzi todas essas novidades estonteantes).
Isso precisa
ser revisto.
Seria
interessante fazer livro explorando essas dimensões.
Serra, quarta-feira,
09 de dezembro de 2015.
GAVA.
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