quinta-feira, 22 de dezembro de 2016


Enciclopédias Pessoais

 

                            Evidentemente as enciclopédias investigam principalmente os indivíduos, através de biografias curtinhas, e estão restritas essas interpretações a esse retrato pequeno, em virtude do espaço mínimo que o papel permite.

                            Para começar, as pessoas são várias (indivíduos, famílias, grupos, empresas) e daí já chegaríamos a um novo tipo de Enciclopédia geral, contemplando esses elementos. Depois, temos os ambientes: municípios/cidades, estados, nações e mundos, de forma que teríamos já aí OITO SEÇÕES, oito enciclopédias.

                           Depois, há toda variação que o modelo propõe, vá ler, estou cansado de citar.

                            A seguir, há o cruzamento da Enciclopédia com o Dicionário. Se há no inglês 400 mil palavras, então são tantas as abordagens primárias, fora os cruzamentos, que no total constituem número menor que 2400.000, pois vários não são aproveitáveis; ou seja, há que analisar primariamente o amor familiar, depois o lar-amor, a dependência-ao-passado, todos os grupamentos de dois. Depois as tríades, os quartetos, as frases muito complexas.

                            Agora, de tudo mesmo, a novidade será que a Novenciclopédia e o Novodicionárienciclopédico permitirão os encadeamentos contínuos, as consultas (por enquanto caóticas, retornando coisas demais, sem seleção do que queremos mesmo: o Google pode recorrer a mais de 2,5 bilhões de páginas ou artigos ou sítios/sites) em hiperlink ou hiperlaços. Em vez de ser definitiva, como uma página só, teremos quipos ou casas DE CONSULTA, com o tanto especificado de, digamos, seis a dez mil palavras, ou apenas 500 delas, biografias bem curtinhas mesmo. Poderemos indicar sobre o que queremos, que faixa de conhecimento, e quem passou por ela.

                            Se isso não te entusiasma não sei que o fará.

                            Pois eis um conhecimento que falará à pessoa do que efetivamente a extrai maximamente de si, por dar resposta aos seus interesses máximos, mais extremos, suas maiores sensibilidades.

                            Poderemos investigar as famílias, veja só. Como uma família se tira da miséria geral e migra à acumulação seletiva, em tal ou qual superfície? Que problemas uma nação se impôs como forma de saltar à dignidade dos dominantes? E quão grande é a amplitude desse conjunto?

                            Na realidade, com tudo que as enciclopédias representam de maravilhoso para quem sabe ler o espanto, ainda assim elas são simplórias, diante das possibilidades. Há assim como que uma separação, um fosso, um AI (antes da Internet) e um DI (depois da Internet). Nitidamente os D/E, dicionárioenciclopédicos, serão diferentíssimos no futuro do que foram no passado. Incomparavelmente. Para fazer uma pobre idéia da distinção podemos pensar no tempo antes dos enciclopedistas terem construído a primeira enciclopédia.

                            Eis aí uma coisa que muitos amarão criar.

                            Com toda razão. E com todo sentimento, espero.

                            Vitória, domingo, 11 de agosto de 2002.

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